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sábado, 12 de dezembro de 2009

Coletivo lança publicação sobre Tecnocracia na Educação

Tecnocracia contra a educação

Na última conferência educacional estadual da Apeoesp, o Coletivo na Escola e na Luta lançou uma publicação refletindo sobre o caráter excludente e totalitário das políticas educacionais de viés tecnocrático aplicado na educação pública paulista !

Leia a revista a partir do link abaixo:
http://pt.calameo.com/read/0001365332a782de1a635

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Audiência pública debate municipalização do ensino em Sorocaba

O deputado estadual Raul Marcelo (PSOL) realizará, em conjunto com a subsede da Apeoesp de Sorocaba (Sindicato dos Professores), audiência pública para discutir a municipalização do ensino na cidade. O evento será realizado nesta sexta-feira, 11 de dezembro, a partir das 9h da manhã, no plenário da Câmara Municipal.

Foram convidados a comparecerem à audiência o Centro do Professorado Paulista (CPP); o Sindicato dos Especialistas de Educação do Magistério Oficial do Estado de São Paulo (UDEMO); além da secretária municipal da Educação, Maria Teresinha Del Cístia.

A audiência foi motivada pela resposta do secretário estadual da Educação, Paulo Renato, a requerimento de informações do deputado Raul Marcelo sobre o andamento do processo de municipalização em Sorocaba. No documento, a Secretaria Estadual da Educação afirma que o convênio entre o município e o Estado, “após estudos sobre as escolas estaduais a serem municipalizadas, pareceres técnicos e jurídicos e aprovação do Conselho Estadual de Educação, deverá ocorrer no final do mês de dezembro de 2009”.

O objetivo da audiência é tornar público o debate sobre a municipalização do ensino. Segundo dirigentes da Apeoesp, as Secretarias municipal e estadual da Educação não estão discutindo o processo com os professores, pais e alunos

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

A “reforma” do ensino médio ou a retórica da inovação

Eduardo Garcia C. do Amaral
Professor efetivo de Filosofia na rede oficial de ensino, SP


Contam-nos as estatísticas que uma enormidade de jovens mal chega ao ensino médio e, entre eles, outra enormidade abandona a escola sem completar seus estudos. Além disso, a qualidade do ensino deixa a desejar, a considerar o desempenho dos alunos nas diversas avaliações a que são submetidos. Nada disso é novo.

O Ministério da Educação então anunciou uma mudança profunda na concepção curricular, a partir de um programa denominado “ensino médio inovador”. Não foi sem alarde que a imprensa divulgou as mudanças vindouras, anunciando-as como uma “reforma do ensino médio”.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Data da Provinha dos Ofas - Edital de Convocação para a Realização da Prova

Publicado em 01/12/2009
Legislação Estadual
Processo Seletivo Simplificado para Docentes
Edital de Convocação para a Realização da Prova

O Diretor do Departamento de Recursos Humanos da Secretaria de Estado da Educação, nos termos do artigo 2º da Lei Complementar Nº 1.093/2009, Resolução SE Nº 68/2009 e Inciso VI da Instrução Normativa - UCRH Nº 02/2009, CONVOCA E INSTRUI os docentes admitidos nos termos da Lei Estadual 500/74 e os candidatos à contratação, inscritos para processo de atribuição de classes e aulas do ano letivo de 2010, para a prestação da prova que se realizará nas Diretorias de Ensino da rede pública estadual.

A definição de perfis de competência e habilidades requeridos para professores da rede pública estadual, como também a bibliografia de referência para todos os campos de atuação do Processo Seletivo, constam da Resolução SE Nº 80/2009.
Em se tratando das disciplinas das Línguas Alemão, Espanhol, Francês, Italiano e Japonês, a definição de perfis de competência e habilidades será objeto de Resolução específica da Secretaria da Educação.
Os docentes e/ou candidatos, deverão observar as informações e orientações, conforme segue:

1 - As provas serão realizadas nos dias 13 e 20 de dezembro de 2009, nos seguintes períodos:

1º dia - 13/12/09
Manhã: Início às 8h30 - Duração: 4horas
Campo de Atuação Classe: Professor Educação Básica I.
Tarde: Início às 14h00 - Duração: 4 horas
Campo de Atuação Aulas - Área de Linguagens e Códigos (Língua Portuguesa, Inglês, Arte, Educação Física, Alemão, Espanhol, Francês, Italiano, Japonês).

2º dia - 20/12/2009
Manhã: Início às 8h30 - Duração: 4 horas
Campo de Atuação Aulas - Área de Ciências da Natureza e Matemática (Matemática, Ciências Físicas e Biológicas, Biologia, Física e Química).
Tarde: Início às 14h00 - Duração 4 horas
Campo de Atuação Aulas - Área de Ciências Humanas (História, Geografia, Filosofia e Sociologia) e Educação Especial.

2 - A prova será composta de:
- 80 questões objetivas avaliadas na escala de 0 (zero) a 80 (oitenta) pontos, para o campo de atuação aulas,
- 60 questões objetivas avaliadas na escala de 0 (zero) a 80 (oitenta) pontos, para o campo de atuação classe, e
- 80 questões objetivas avaliadas na escala de 0 (zero) a 80 (oitenta) pontos, para o campo de atuação Educação Especial.

2.1 Será considerado Aprovado o candidato que obtiver nota igual ou superior a 40 (quarenta) pontos;

2.2 - não serão computadas questões não assinaladas, rasuradas ou que contenham mais de uma resposta.

3 - A avaliação da prova será efetuada por processamento eletrônico.

4 - até o quinto dia que antecede a data prevista para realização das respectivas provas, será divulgado o local de sua realização;

4.1 - Para conhecimento do local da prova, o candidato deverá consultar os sites www.educacao.sp.gov.br e/ou da Fundação VUNESP http://www.vunesp.com.br

4.2 - eventualmente, se por qualquer motivo, o nome do candidato não constar da consulta relativas aos locais de prova, o mesmo deverá entrar em contato com a VUNESP, pelo telefone (0xx11) 3874-6300, de segunda à sexta-feira, das 8h às 20h, para verificar o ocorrido ou

4.3 - dirigir-se à Diretoria de Ensino de sua opção, de segunda à sexta-feira, das 9h às 17h, para verificar o local onde realizará a prova.

5 - O candidato deverá comparecer ao local de realização da prova, com meia hora de antecedência do seu início, a fim de ser identificado e tomar ciência da sala onde prestará a prova, portando caneta de tinta azul ou preta, lápis nº 2 e borracha.

6 - A identificação do candidato far-se-á mediante apresentação do Protocolo original de Inscrição - VUNESP e, de pelo menos, um dos seguintes documentos, em via original: Cédula de Identidade (R.G.), Carteira Nacional de Habilitação (com fotografia, na forma da Lei Nº 9.503/1997), Carteiras de Órgãos de Conselhos de Classe, Carteira de Trabalho e Previdência Social, Certificado Militar.

6.1 - O documento a ser apresentado pelo candidato deverá estar em perfeitas condições, de forma a permitir, com clareza, sua identificação.

6.2 - O candidato que não apresentar o documento conforme o item 6, não fará a prova, sendo considerado ausente e eliminado do Processo Seletivo.

6.3 - Não serão aceitos protocolo, cópia dos documentos citados no item 6, ainda que autenticada, ou quaisquer outros documentos não constantes deste Edital, inclusive carteira funcional de ordem pública ou privada.

7 - Os portões serão fechados para o início da prova da manhã às 8h30, e da prova da tarde às 14h00, respectivamente, não sendo permitida a entrada de candidatos retardatários.

8 - Não será permitido ao candidato prestar a prova em dia, hora e local diferentes dos que forem determinados.

9 - O candidato inscrito em mais de um campo de atuação deverá verificar atentamente o local e o horário em que realizará cada uma das provas.

10 - O candidato somente poderá retirar-se da sala do local da prova depois de transcorridos o tempo de 50% da duração da prova.

11 - Não haverá segunda chamada ou nova oportunidade para prestar a prova, não podendo o candidato alegar qualquer desconhecimento sobre sua realização, como justificativa em caso de atrasos ou de não comparecimento.

12 - O candidato que, eventualmente, necessitar alterar algum dado cadastral, por erro de digitação constante no Edital de Convocação, deverá solicitar ao fiscal da sala, formulário específico para efetuar a correção. O formulário deverá ser devidamente datado, assinado pelo candidato e entregue ao fiscal.

13 - Não haverá prorrogação do tempo previsto para a aplicação da prova em virtude de afastamento, por qualquer motivo, de candidato da sala ou local de prova.

14 - Em caso de necessidade de amamentação durante a prova, a candidata deverá levar um acompanhante, que ficará em local reservado para tal finalidade e será responsável pela guarda da criança.

14.1 - No momento da amamentação, a candidata deverá ser acompanhada por um fiscal.

14.2 - Não haverá compensação do tempo de amamentação à duração da prova da candidata.

15 - Excetuada a situação prevista no item 14, não será permitida a permanência de qualquer acompanhante nas dependências do local de realização da prova, podendo ocasionar inclusive a não participação do(a) candidato(a) no Processo Seletivo.

16 - Durante a prova, não será permitida qualquer espécie de consulta a códigos, livros, manuais, impressos, anotações ou outro tipo de pesquisa, utilização de outro material não fornecido pela Fundação VUNESP, máquina e relógio com calculadora, agenda eletrônica ou similar, aparelhos sonoros, telefone celular, BIP, Pager, walkman, gravador ou qualquer outro tipo de receptor e emissor de mensagens, assim como uso de boné, gorro, chapéu e óculos de sol.

17 - Terá sua prova anulada e será automaticamente eliminado do Processo Seletivo Simplificado o docente / candidato que:
a) não comparecer para realizar a prova, seja qual for o motivo alegado;
b) apresentar-se após o horário estabelecido;
c) não apresentar documento para sua identificação;
d) deixar de assinar a Lista de Presença e a respectiva Folha de Resposta;
e) ausentar-se da sala de prova sem acompanhamento do fiscal, ou antes de decorrida uma hora de seu início;
f) for surpreendido em comunicação com outro candidato ou terceiros, verbalmente ou por escrito, bem como fazendo uso de material não permitido para a realização da prova ou qualquer outro tipo equipamento eletrônico de comunicação.
g) estiver portando ou fazendo uso de qualquer tipo de equipamento eletrônico de comunicação (agenda eletrônica, relógio digital, telefone celular, pager, walkman, receptor, gravador, laptop ou outros equipamentos similares);
h) estiver portando armas, ainda que possua o respectivo porte;
i) deixar de cumprir as instruções contidas na prova e as orientações do Fiscal da Sala;
j) lançar mão de meios ilícitos para a execução da prova;
k) não devolver integralmente o material recebido,
l) perturbar, mediante qualquer atitude ou procedimento, a ordem dos trabalhos.

18 - O preenchimento da Folha de Respostas, único documento válido para a correção da prova, será de inteira responsabilidade do candidato, que deverá proceder em conformidade com as instruções específicas contidas nos Cadernos de Questões.

19 - Os prejuízos advindos de marcações feitas incorretamente na Folha de Respostas serão de inteira responsabilidade do candidato, sendo expressamente vedada a sua substituição, por qualquer motivo.

20 - O candidato deverá preencher os alvéolos, na Folha de Respostas, com caneta esferográfica de tinta azul ou preta.

21 - Não serão computadas questões não assinaladas ou que contenham mais de uma resposta, emenda ou rasura.

22 - O candidato, ao terminar a prova, entregará ao Fiscal de Sala o seu caderno de questões e a Folha de Respostas devidamente preenchida.

23 - Durante a realização da prova, não será permitida comunicação entre os candidatos, nem a utilização de máquinas calculadoras e/ou similares, livros, anotações ou impressos.

24 - Motivará a eliminação do candidato do Processo Seletivo, sem prejuízo das sanções penais cabíveis, a burla ou sua tentativa a quaisquer das normas definidas neste edital e/ou em outros, relativos ao processo e/ou nas instruções constantes da prova, bem como o tratamento incorreto e/ou descortês a qualquer pessoa envolvida na aplicação da prova.


25 - Em hipótese nenhuma haverá vista de prova, seja qual for o motivo alegado.

26 - No dia da realização da prova, na hipótese de o nome do candidato não constar nas listagens oficiais, a VUNESP procederá à inclusão, com o preenchimento de formulário específico.

27 - A inclusão de que trata o item 26 será realizada de forma condicional;

28 - Constatada a ilegitimidade, a improcedência ou mesmo a inexistência da inscrição do candidato, a inclusão efetuada será automaticamente cancelada, sem direito à contestação, independentemente de qualquer formalidade, considerados nulos todos os atos dela decorrentes, inclusive a prova que o candidato tenha realizado.

29 - Durante ou mesmo após a realização da prova, se for constatado que o candidato praticou atos ilícitos, por meio eletrônico, estatístico, visual ou grafológico, sua prova será anulada e ele estará automaticamente eliminado do Processo.

30 - Não haverá, em hipótese alguma, prorrogação do tempo estabelecido para a realização da prova.

31 - O docente/candidato que, por qualquer motivo, não realizar a prova, deixar de entregar a Folha de Respostas ou entregá-la sem preenchimento, estará excluído do Processo Seletivo, sujeitando-se ainda, no caso de docente abrangido pelo disposto no § 2º do artigo 2º da Lei Complementar Nº 1.010/2007, ao disposto no artigo 4º das Disposições Transitórias da Lei Complementar Nº 1.093/2009.

32 - O Gabarito e as questões das provas estarão à disposição para consulta dos candidatos, nos sites da Secretaria da Educação - http://www.educacao.sp.gov.br e da Fundação VUNESP - http://www.vunesp.com.br, a partir dos dias 15/12/2009 e 22/12/2009, respectivamente.

33 - O Docente / Candidato de Etnia Indígena será convocado para a realização da prova, em Instrução específica da Coordenadoria de Ensino de Normas Pedagógicas - CENP.

34 - O prazo de validade do Processo Seletivo limita-se ao ano letivo fixado em calendário escolar / 2010

Fonte Diario Oficial

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Os desafios da escola pública em tempos de tecnocracia contra a educação

Tecnocracia contra a educação
1. Professor: uma espécie em extinção?

Alardeiam que em pouco tempo não haverá mais professores, conforme atestam os dados recolhidos de algum censo oficial quanto à baixa procura por cursos de formação para o magistério no ensino superior.

Foi então que o Ministério da Educação lançou uma bonita campanha publicitária de valorização da profissão, repetindo velhos e fáceis bordões sobre a importância da educação e dos que nela atuam, da humanização promovida pelo contato entre as gerações de professores e alunos, coisa reconhecida mundialmente. Pretendem assim salvar a espécie da iminente extinção.

Com efeito, os professores já fomos mais prestigiados. A campanha do MEC faz um singelo apelo à nostalgia, muito distante entretanto da imagem que se faz da escola atual e de seus professores.

Desnecessário dizer que o prestígio social de uma profissão se expressa na expectativa de ganhos salariais. O salário médio pago a um professor em início de carreira é pouquíssimo promissor quando comparado ao de outras profissões em que se requer formação em nível superior, que prometem salários mais vantajosos.

Evidentemente, na escolha de uma carreira profissional não é apenas o salário ou a expectativa dele o que conta, e talvez isso nem seja o mais determinante. Do ponto de vista estritamente pessoal, considera-se a aptidão ou “vocação”, senão gosto pela coisa. Mas isso também não é tudo.

A identidade profissional

Ao assumir uma profissão, seja ela qual for, isso constitui parte de nossa identidade, se nos reconhecemos como pertencentes a uma determinada categoria profissional e somos reconhecidos nela.

Ocorre que, na imprensa e também nos discursos das autoridades oficiais (municipais, estaduais ou federais), os professores são apontados sistemática e continuamente como os principais responsáveis pela crise que a escola pública atravessa, culpados pelos resultados sofríveis nas diversas avaliações a que seus alunos são submetidos, ora porque seriam mal formados ou incompetentes, ora mal intencionados, faltosos, irresponsáveis.

Nestas condições tão adversas, não surpreenderia que fossem raros os que pretendem ser professores, que pretendam tomar parte deste cenário crítico e, além disso, que se identifiquem com a imagem que se veicula dos que atuam na profissão. Entretanto, contrariando as evidências, não se tem notícia de que algum concurso público para o magistério fosse cancelado por falta de candidatos.

Opção pelo magistério?

Como, a despeito da adversidade, alguém ainda decide ser professor? Ser professor é uma opção; caso contrário, tudo não passa de um grande engano. Todos os que somos professores foi porque um dia escolhemos ser professores. No entanto, a afirmação categórica talvez nos desconcerte, por não mais reconhecermos o dia em que teríamos definido e deliberado para nós mesmos essa “ocupação”. Ou porque, com o correr dos anos, tenhamos nos arrependido de uma má escolha.

Ou ainda, o que pode ser bem o caso, ocupemo-nos com isso por força das circunstâncias, em um mercado de trabalho sem melhores alternativas acessíveis e mais rentáveis, e por acaso, por acidente, tornamo-nos professores. Não deixa de ser irônico que essa profissão, a despeito da histórica e constante queixa aos baixos salários, seja ainda assim “rentável”.

Ou, por outro lado, àqueles que prestam um concurso, trata-se principalmente da “segurança” de um emprego público, a estabilidade em um mundo instável e precário?

Conformismo e perda de identidade

Consideradas as coisas nessa perspectiva, o magistério converte-se então em uma simples alternativa de emprego, em um mundo em que o desemprego é crônico, que é um elemento importante a considerar em qualquer análise mais geral do quadro em que nos afundamos.

Então, a opção é nada senão um conformismo, uma acomodação à precariedade do mundo, em que a identidade profissional se perde. Já não nos será possível um processo de identificação com a escola e com o seu dia-a-dia, nem qualquer realização profissional, vale dizer, a realização de um projeto de vida, da imagem que se quer construir para si mesmo.

Quando nos encontrarmos nesse pé, já não nos reconheceremos mais como professores, a não ser vestindo a carapuça, assumindo de nós mesmos imagem negativa e estigmatizada veiculada pela imprensa ou pelos governantes. Ou, por outro lado, rejeitando a carapuça, em uma postura autodefensiva, aceitando o discurso de que os professores são incompetentes, desde que se refira aos “outros”, em um processo de dessolidarização com os colegas de profissão.

Soluções contrárias

Diante deste cenário, é evidente que muita propaganda não chega a resolver problema algum. É necessária e urgente uma efetiva valorização do magistério, a começar pela elevação dos salários.

A Lei do Piso Nacional do Magistério seria um passo decisivo nesse sentido. Contudo, ao estabelecerem um salário muito aquém do necessário, isso antes de reverter o quadro, fortalece ainda mais a imagem em nada “auspiciosa” da carreira docente.

Por outro lado, que é o mesmo lado, as iniciativas recentes que vêm a título de “valorização do magistério” em relação ao “mérito” — ventiladas a quatro cantos, nos governos municipais, estaduais e federal, à esquerda e à direita — longe de resolverem a crise, são apenas manifestações dela. A premiação do “mérito” traduz a ideia de que os professores, a maior parte deles, são os responsáveis pela crise; a premiação é um estímulo a professores desestimulados, e por extensão, a essa gente encostada e de má vontade que compõe o magistério. Trocando em miúdos, trata-se do coroamento do processo de dessolidarização entre colegas de profissão, fazendo prevalecer a política do “cada um por si”, separando o joio do trigo.

Tudo isso serve, de fato, para que se fortaleçam estratégias de cabresto que nos são impostas e para que as resistências sejam inócuas.

O nome da crise

Se alguém decide ser professor e quer realizar-se profissionalmente, põe em jogo o que de melhor há em si mesmo: a identidade que forjou ao longo de sua formação e de sua experiência.

Professores, uma espécie em extinção – não porque não haverá quem se ocupe da função, mas porque nossa identidade profissional é que está em jogo. Se tudo der certo, como querem os governantes, emergirá daí uma outra espécie de profissionais que se ocupam de educação, mas que em nada recordam uma opção necessária sobre o sentido da educação. E a crise permanecerá sem solução.

2. Ainda, a crise da educação

Que a educação esteja em crise não é novidade para ninguém, afinal “crise” e “educação” são palavras que desde sempre se acompanharam no debate público.

A educação é, sem dúvida, um campo de disputa: pelo esforço que realiza de cultivar as gerações mais jovens, a educação de hoje projeta a sociedade de amanhã; e porque o futuro é algo ainda não determinado, a crise se instala então inapelavelmente.

Expliquemo-nos melhor: a educação é o ponto sensível em que incide a crise, ou seja, o conflito entre projetos de sociedade, como tradução histórica de anseios e interesses de grupos ou classes sociais que disputam pela definição de medidas que sejam capazes de determinar o futuro em ao menos um dos seus elementos. Acusar a crise é portanto identificar um obstáculo à realização de um determinado projeto de sociedade.

Caracterização da crise

A atual crise da educação é caracterizada pelo baixo desempenho escolar da grande maioria dos estudantes, o que é fato inegável. Considera-se então que a crise seja da “qualidade da educação” e apressam-se em apresentar intervenções no processo educativo, como se houvesse uma evidência acerca de que “qualidade” perseguimos e também concordância sobre os meios de alcançá-la.

No entanto, a questão da “qualidade” é uma questão de natureza política: definir o que é “qualidade” sempre dependerá das finalidades a que visamos, desde os propósitos escolares mais específicos até o projeto de sociedade no qual nos engajamos.

Traduzindo e explicitando, quais as soluções que se apresentam e o que elas projetam para o futuro? De quem é essa crise?

Todos fomos levados a crer na existência de uma crise educacional, assumindo-a como se fosse “nossa”, despendendo energias para superá-la — sem nos darmos conta que a caracterização da crise e as soluções que se apresentam a ela, veiculadas nos discursos da imprensa e das autoridades, não se referem à crise que efetivamente experimentamos no nosso dia-a-dia; assim, nossos esforços deixarão intactas as razões mais íntimas de nossa própria crise, embora possam eventualmente até “resolver” a crise do lado deles. Com efeito, o projeto deles caminha e avança.

A crise deles e a nossa

Há dois projetos antagônicos de sociedade: um em que permanecerão prevalecendo os interesses do capital e do mercado; e outro, o dos socialistas – para quem a crise, aqui entendida como os obstáculos ao seu projeto de sociedade, é bem maior do que divulgam e, por outro lado, é crise que nem se tem notícia, quando a crise responde pelo nome: luta de classes.

E quando chamamos a verdadeira crise pelo seu nome, nos acusarão de pretendermos “politizar o debate”, pois bem. É preciso compreender então como a questão educacional foi de tal modo despolitizada a ponto de fazer convergirem propostas, ações e meios, à esquerda e à direita.

Não é por acaso a estranha coincidência em políticas públicas adotadas pelos governos municipais, estaduais e pelo federal. A falta de dissenso é correlata à hegemonia do capital e ao enfraquecimento da organização dos trabalhadores.

As diretrizes do capital:contenção orçamentária

Quem pauta o que é “qualidade” na educação e administra os meios de promovê-la são os interesses de acumulação, concentração e preservação do capital. Senão, vejamos: todo esforço em conquistar mais recursos para a educação, sob a forma do financiamento público, vai em sentido contrário às diretrizes do capital, que tem força suficiente para barrar a partilha dos fundos públicos destinados a políticas de efetivação de direitos sociais.

O caso mais emblemático disso está nos vetos ao Plano Nacional de Educação (PNE), ainda no governo FHC, apagando qualquer menção à ampliação de recursos à educação. A expectativa era de que o governo Lula, quando eleito, revertesse os vetos – expectativa que se transformou em amarga nostalgia. O que se mantém como lógica ordenadora das ações governamentais é a drenagem dos recursos públicos ao pagamento dos juros da dívida pública, em detrimento de quaisquer planos.

Também em razão das restrições orçamentárias, o piso nacional para o magistério foi definido em valores irrisórios ou risíveis, a depender do humor. E é sintomático que o dispositivo na Lei que criou o Piso, que estabelecia a jornada de trabalho de um terço para atividades extra-classe esteja suspensa por causa da movimentação de governos estaduais junto ao Supremo Tribunal Federal: tal dispositivo representaria mais dinheiro para a educação, mais contratação de professores, mais gastos sociais – e menos para o pagamento da dívida.

A lógica do menor custo: a racionalidade tecnocrática

Não se trata apenas da simples contenção do orçamento ou do barateamento dos investimentos sociais. A crise se manifesta na máxima exploração da força de trabalho, extraindo dela o máximo rendimento ou produtividade que dela o patrão espera: a clássica contradição entre capital e trabalho e a criação de mecanismos de controle sobre a produção.

Tais padrões de racionalidade destituem a política de seu lugar, quando transpõem critérios próprios de gestão empresarial e privada para definição dos rumos a serem seguidos, em questões de natureza política. Os novos “mestres da verdade”, os detentores do saber técnico, desautorizam qualquer desejo, qualquer projeto de transformações profundas, que escapassem ao seu controle.

Em nome da racionalidade, competência e eficiência, aludidas nos discursos de tom “neoliberal”, convenceram-se muitos da correção, senão da gestão da coisa pública e da economia, mas da visão de mundo que tal discurso difunde, visão que, hegemônica, atravessa a disputa de projetos e chega ao modo de pensar: é quando o saber dos “técnicos”, cuja racionalidade “eficiente” e “isenta” estaria acima de qualquer suspeita, opera para realizar as diretrizes do capital.

Despolitizam a sociedade, conformada assim com as avaliações quanto à viabilidade das transformações possíveis. No entanto, as transformações necessárias são consideradas “tecnicamente inviáveis” porque pressupõem a partilha dos fundo públicos – ou seja, é uma racionalidade avessa à transformação do real, cuja regra é otimizar a relação de “custo e benefício”, ou seja, conter os gastos e constranger qualquer possibilidade de mudança efetiva.

Democracia x tecnocracia

Com efeito, com a despolitização da sociedade, é a democracia que fica restrita. O poder se concentra e escapa às vicissitudes da democracia, que encolhe. A política se dissolve em “pesquisas de opinião”, sem enfrentarem o espaço público aberto ao debate contraditório. Uma vez que as opiniões sejam aferidas e os especialistas devidamente consultados, as decisões são tomadas e cumpre a todos obedecer.

Embora já em curso há algum tempo, foi no governo Serra que o projeto tecnocrático para educação ganhou contornos mais nítidos, tornando-se um todo único e coerente, sem que tenhamos conseguido oferecer resistência suficientemente forte para reverter seu avanço. Em perspectiva, serão profundas as transformações nas práticas docentes e no perfil dos professores que ainda ingressarão na rede, dificultando ainda mais a resistência.

3. Tecnocracia contra a educação

A tecnocracia arranca de cada um de nós a definição dos rumos a serem tomados, das decisões de como e porque fazer. Define por critérios “técnicos” aquilo que deveria passar pelo debate político. A tecnocracia objetiva ainda uma gestão totalitária, isto é, que controle cada gesto e imponha o “padrão” e, para tanto, cria diversos mecanismos de controle.

Na educação – e com grande visibilidade no governo paulista, mas também no governo federal – temos assistido a uma crescente intervenção no ambiente escolar e nos procedimentos pedagógicos, sem que os professores tenham espaço para debater os rumos a serem seguidos. Fizeram crer que os professores nem sabem o que fazer e precisam de quem saiba por eles.

Portanto, tais intervenções terceirizam nossa responsabilidade quanto ao planejamento curricular e à concepção educacional – agora a cargo de especialistas detentores de um saber técnico que os define de cima para baixo, enquanto os professores, na sala de aula, tentamos cumprir o que nos foi “proposto”, e melhor seria dizer “imposto”: seguir as apostilas. Os cadernos de atividades que os alunos receberam ao longo do ano e sucessivas avaliações dão o tom da imposição.

Pedagogia da competência

A adoção das apostilas nas escolas estaduais é o ponto culminante de um longo processo de destituição dos saberes e das práticas dos que atuam no magistério.

Não mais nos reconheceremos no trabalho que realizamos, pois apenas o executamos – mas não o planejamos. Apenas seguimos as ordens, a ordem da apostila, cuidadosamente elaborada pelos especialistas, destituindo os professores do seu saber-fazer.

A despeito do que o professor pense como melhor caminho a ser trilhado em sala de aula, de outras metodologias que considere mais adequadas, do que esteja certo ou errado em seu julgamento – ele será cobrado não por aquilo que planejou e executou segundo seus propósitos, mas pelo desempenho dos alunos nas avaliações, onde demonstrará sua competência.

Se é verdade que a formação inicial tem alguma importância, ela se torna quase indiferente: a competência do professor está antes em “consumir a apostila” no tempo preestabelecido, seguindo o roteiro do caderno do professor – e também aí, desde que sigam as orientações “técnicas”, torna-se absolutamente indiferente qual professor esteja em sala de aula, pois os destituíram de sua própria identidade.

O trabalho alienado

Quando se perde a identidade que forjamos através da experiência, o cotidiano escolar torna-se uma experiência sem sentido, ou melhor, cujo sentido foi extorquido. O trabalho que realizamos se torna alheio a nós mesmos – e já não resistimos.

Porque essa extorsão fere nossa identidade, porque nega qualquer projeto diferente que tenha nos levado a optar por sermos professores, porque ao não nos reconhecermos no trabalho, também não nos realizaremos profissionalmente, ou por que, ao assumir a carapuça, sentimo-nos incapazes de corresponder às expectativas e tememos ansiosos o resultado da avaliação — tudo leva a um “mal estar”, resultando em absenteísmo ou em distúrbios psicológicos já recorrentes entre professores, como “depressão”.

Estratégia do cabresto

Ou então, obedecemos. À obediência, premia-se com bônus e, mais danoso: diante da prolongada precarização da carreira no magistério e do baixo grau de politização e de consciência de classe em virtude do processo de dessolidarização, a possibilidade de ganhos salariais a partir do esforço e do mérito individuais é um indutor poderoso de comportamento coletivo – não faltar jamais, seguir a cartilha, obedecer ao superior, preparar os alunos para as avaliações, responder o que se espera nas provas e provinhas – numa espécie de “adesão voluntária à imposição”, o que equivale dizer o aniquilamento do exercício autônomo da docência e da própria identidade, bem como da autonomia da escola.

A sanha avaliativa

Para controlar, uniformizar, padronizar. A uniformização dos currículos escolares, a despeito de qualquer diferença sensível entre as escolas e o público que atendam, visa apenas tornar o desempenho dos alunos comparável, isolando-o de todo o contexto e da multiplicidade de variáveis que incidem sobre o rendimento escolar.

Aparentemente trata-se de avaliações técnicas, isentas, mas que não conseguem aferir com justeza o que se passa no dia-a-dia da sala de aula. São antes mecanismos de controle, de regulação do sistema, baseados em instrumentos de avaliação em larga escala – exames nacionais ou estaduais, periódicos.

É pela avaliação que a tecnocracia pode demonstrar o êxito das medidas adotadas. Uma avaliação pretende “medir” certas competências e habilidades dos alunos. Estabelecem então expectativas de aprendizagem (expectativas de quem?) para que o desempenho possa ser medido e graduado entre abaixo do adequado e avançado.

O que está implícito aí é a ideia de que o desempenho dos alunos possa sofrer melhoras pela competitividade entre as escolas ou sistemas de ensino, quer pela divulgação dos resultados em um ranking que induziria a mudança na atitude dos gestores, quer pela premiação, gratificação ou o que o valha para aqueles com melhor desempenho.

No entanto, isso chega a escola com sinal invertido. Porque a avaliação é externa e estranha ao próprio professor, e porque também será avaliado por isso, seu ensino se converte em um adestramento dos alunos à realização das provas. O que se torna central na política é a “avaliação”, não como meio para corrigir percursos, mas como um fim em si mesmo, que orienta de antemão o que fazer e em que ritmo.

Ardis do pensamento tecnocrático

Tudo isso sempre parece isento, muito ponderado em pesquisas e demonstrado em gráficos e estatísticas, contrariando nossa a experiência concreta e vivida.

Dizem as pesquisas que o aumento do salário não resulta em melhoria da educação. Mas como melhorar a educação se os professores, por causa do salário que têm, compõem jornadas de trabalho que os conduzem ao esgotamento físico e psíquico?

Dizem ainda que os salários de professor nem são tão baixos assim. Mas como, se o orçamento doméstico sempre aperta?

Dizem as pesquisas que o número de alunos em sala de aula não é uma variável que tenha qualquer influência na qualidade da educação. Mas como a educação poderia melhorar se o professor mal conhece seus incontáveis alunos, se eles mal se acomodam na sala de aula, se a mesma cena se repete em outras tantas turmas para as quais ele leciona?

Dizem as pesquisas, inclusive, que os gastos com a educação são suficientes, mas são mal empregados. Mas como, se não há verbas para aumento de salário, tampouco para compor a jornada de trabalho com mais tempo para atividades extra sala de aula?

Máxima exploração do trabalho

Todas reivindicações tomadas como corporativas e de gente mal informada, nos serão assim negadas, pois contrariam as pesquisas, que são divorciadas da realidade concreta das escolas. Pois em cada pesquisa uma variável é isolada, desconsiderando-se as outras, e assim se argumenta e convence quem queira ser convencido.

Contudo, ainda que essa gestão totalitária tenha força para conter pressões reivindicatórias, a tensão não se resolve porque a educação continuará em crise.

4. Em defesa da escola pública

A crise da qualidade – quando a “qualidade” também é assim apresentada, sem considerar diversos fatores que danam a experiência concreta das salas de aula – deixa intocadas as causas reais do problema, as questões do “chão da escola” – infra-estrutura escolar, redução de aluno por sala, redução de salas por professores, jornada etc.

Tudo isso exige mais recursos para educação – em tempos em que a tecnocracia cuida de conter os recursos para o pagamento dos juros da dívida e distribuir o pouco restante apenas como instrumento de efetivação do seu projeto.

Ora, não há como afirmar que a educação seja prioridade sem o comprometimento dos fundos públicos voltados à educação e não há prioridade se ela não se traduz em investimentos.

Tampouco há solução, programa ou receita mágicas, como querem nos fazer crer os que confundem política educacional com peça de campanha publicitária, que não passe pelo debate e compromisso de todos e, em especial, dos educadores diretamente envolvidos com os quefazeres da educação.

Educação e direito

Por certo, a disputa se faz além da questão dos recursos para a educação: resgatar as lutas históricas, as formulações e experiências acumuladas e avançar nelas. Resistir ainda mais à assimilação de padrões de racionalidade, competência e eficiência que são avessos à transformação do real. Propor e construir uma outra visão de mundo em que não sejamos meros espectadores ou executores do projeto de sociedade que tampouco é o nosso.

O sentido da educação

Ora, que a educação seja dita importante, prioritária e coisa e tal, isto já é lugar comum a ponto de escamotear o curso histórico da conquista de um direito, que antes era privilégio de poucos.

A universalização do direito à educação pública é uma das condições indispensáveis para existência de uma sociedade igualitária, livre de opressões, socialista – direito que somente se efetivará como conquista dos de baixo e jamais como uma concessão das classes dominantes.

A melhor escola que podem eles nos oferecer é esta que já temos, em que alunos estão sem saber muito bem o porquê de estarem ali; vão à escola mais por “obrigação” do que por direito. E toda obrigação é um tanto enfadonha, e a relação que se estabelece lá entre professor e aluno, se não superar o enfado, se não soubermos como superar o enfado, não faz desta experiência ser proveitosa, criativa — viva.

Estes são os limites da escola, da escola burguesa, ou seja, da escola em uma sociedade controlada pela burguesia e, por extensão, dominada pelos valores e interesses burgueses. Estes são os limites de uma escola moribunda. Se não se sabe como superar o enfado, e nem sempre o superamos, a escola apenas fará reproduzir fórmulas vazias que os alunos irão engolir nas aulas e regurgitar na hora da prova.

Se contamos entre as nossas conquistas a recente universalização do ensino fundamental, é preciso reconhecer que já fomos mais fortes e que, na última década, acumulamos mais derrotas do que vitórias.

É que, se o acesso ao ensino foi massificado, as perspectivas históricas e democráticas de que era portador foram fechadas, frente a uma conjuntura adversa. As repercussões nas salas de aula, nós as conhecemos no dia-a-dia: minam as possibilidades de satisfazer as melhores condições de trabalho e ensino.

É outra a escola necessária e pela qual lutamos. O campo de disputa em que se conquistam direitos é a democracia, em que o Estado deve ser o garantidor deles, à revelia das classes dominantes. Uma escola que tenha como princípio educativo a experiência viva dos que nela estão e que se reconheçam como participantes (e não como espectadores) do direito à educação. Ou seja, porque a tecnocracia é avessa à ampliação da democracia, lutar contra ela é ainda lutar pela radicalização dos meios democráticos de gestão, como eleição direta para diretores, garantindo participação ampliada da comunidade escolar – professores, pais, alunos – de modo a garantir a autonomia da escola, sem a qual não é possível uma educação de qualidade.

O desafio consiste em encontrar as mediações em que as lutas anticapitalistas, as mais gerais, se encontrem com as escolares, as mais específicas, no reconhecimento do que a escola pública carrega de perspectivas emancipatórias e também ao reconhecer seus limites.

Democracia e afirmação da liberdade

A qualidade da educação se dá na relação que pudermos estabelecer no convívio com nossos alunos, como afirmação de nossa própria liberdade e autonomia, sem o que não formaremos nem sujeitos livres nem autônomos.

Para tanto, é condição indispensável a valorização da experiência: o professor se faz na prática; é a experiência que ensina o professor a ensinar. O modo pelo qual ensinamos um determinado “conteúdo” se deve à nossa própria experiência com tal “conteúdo”. O que ensinamos é a nossa experiência ou o resultado dela, e é isto que faz a diferença entre um professor e outro, entre uma aula e outra. Tal “conteúdo” ganha uma “forma”, que é a forma que demos através de nossa experiência e em nosso discurso em sala de aula.

Discordamos da visão que encara a escola pública apenas como um aparelho ideológico do Estado burguês, onde o que caberia ao professor militante é fazer a denúncia do sistema e angariar novos militantes para a causa socialista. Nessa concepção, a ação militante volta-se mais para fora da escola e menos para a vivência escolar; a prática militante fica dissociada da prática pedagógica.

A escola é para nós um campo de disputa. Se é verdade que a escola opera a partir de determinações desse Estado que aí está, é verdade também que ela é um espaço que permite a socialização dos meios intelectuais de compreensão crítica da realidade, de formação e exercício do intelecto, autônomo e libertário do senso-comum.

Com que propósitos assumimos nossas aulas? Que qualidade é aquela que perseguimos, ou seja, que sujeitos pretendemos formar e por quais meios? Se tais questões já nos foram arrancadas, ou respondidas por outrem e nos calamos, então renunciamos à parte de nossa responsabilidade enquanto professores.

Renunciamos à escolha que fizemos quando nos tornamos professores, pois renunciamos à liberdade. Renunciamos à escolha de não sermos meros espectadores ou executores de um plano que não é o nosso, mas sim atores e autores que pretendem construir um outro mundo possível.

Não restringimos, portanto, a luta em defesa da educação e por igualdade social aos espaços sindicais e às manifestações de rua. Lutamos também, e antes de tudo, no dia-a-dia da escola. Somos professores porque somos lutadores. Por isto defendemos uma Apeoesp na Escola e na Luta.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Capela mais antiga de São Paulo reabre as portas neste domingo

Capela mais antiga de São Paulo reabre as portas neste domingo
colaboração para a Folha Online

A Capela de São Miguel Arcanjo, a mais antiga de São Paulo, irá reabrir as portas ao público a partir deste domingo (8), após um período de três anos de obras de restauração.

Construída em 1622, a capela é considerada o templo católico mais antigo de São Paulo e foi um dos primeiros edifícios a ser tombado pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), em 1938.

A primeira fase das obras, iniciada em 2006, envolveu o parque arquitetônico, parede, piso e telhado e recebeu investimento de mais de R$ 3 milhões. Os trabalhos foram concluídos em 2008. Desde então, a capela recebeu apenas visitas monitoradas.

Exposição

No mesmo dia, será aberta para visitação a exposição "Modernistas Revisitam a Capela", realizada pela Curadoria do Acervo Artístico-Cultural dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo, em parceria com a Associação Cultural Beato José de Anchieta e a Subprefeitura de São Miguel Paulista.

As obras do Acervo Artístico-Cultural dos Palácios do Governo, que serão expostas na nave central da capela, contextualizam um percurso pela busca das raízes brasileiras, realizado pelos modernistas no início do século XX por meio de viagens às regiões Norte e Nordeste e às cidades históricas mineiras. Está é a primeira vez em 40 anos que as obras do acervo são expostas fora de seus espaços tradicionais.

A Capela São Miguel Arcanjo fica na praça Padre Aleixo Monteiro Mafra, 11, em São Miguel Paulista. A exposição "Modernistas Revisitam a Capela" ficará aberta até 20 de dezembro, de quinta a domingo, das 10h às 17h.

O ingresso para a visitação custa R$ 2 às quintas e sextas e é gratuito aos sábados domingos. Há ainda meia entrada para estudantes e entrada franca para crianças com até sete anos, estudantes da rede pública, idosos, portadores de deficiência e grupos filantrópicos.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Seminário de Reorganização aprova fundar nova central em junho de 2010

03 de novembro de 2009
Texto: André Trindade

O Seminário Nacional de Reorganização, que ocorreu nos dias 1 e 2 de novembro, contou com a presença de mais de mil ativistas do movimento sindical e popular, representando cerca de 100 entidades e organizações de todo Brasil.

O 1° Seminário Nacional de Reorganização aconteceu em abril/2009, sendo seguido de Seminários Regionais que ocorreram em mais de 17 estados do Brasil.

O resultado dos seminários nos estados teve como consenso a necessidade da construção de uma ferramenta unitária para fortalecer a nossa luta e fazer o enfretamento aos patrões e governos, que querem fazer com que os trabalhadores paguem a conta da crise capitalista, retirando direitos e criminalizando movimentos e dirigentes.

Nesse Seminário Nacional o debate sobre a concepção, natureza e caráter da central foi onde apareceram as maiores diferenças, sendo que a Intersindical e a maioria das organizações presentes defenderam a construção da central com centralidade na organização dos trabalhadores.

O Seminário aprovou por consenso que no primeiro semestre de 2010 será realizado o Congresso de Fundação da Central, sendo que as diferenças existentes sobre concepção, natureza e caráter serão decidas pelos trabalhadores presentes no 1° Congresso.

Foi eleita uma comissão pró-central que será responsável por organizar o Congresso de Fundação, assim como elaborar critérios de participação, regimento, entre outros.

O plenário ficou emocionado quando foi anunciado de consenso o congresso para fundação da central no 1° semestre de 2009. Nós da Intersindical temos certeza que essa ferramenta contribuirá muito na luta dos trabalhadores, garantido mais força e unidade entre todos aqueles que querem lutar.



Viva a Central dos Trabalhadores!
Viva a luta dos trabalhadores!
Rumo ao socialismo.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Subsede da APEOESP de Ribeirão Preto foi invadida pelo deputado Rafael Silva da base do governo Serra

No dia 30 de outubro de 2009, como já deve ser do conhecimento de todos, a subsede da APEOESP de Ribeirão Preto foi invadida pelo deputado Rafael Silva – PDT, que acompanhado se seus capangas em uma ação de truculência e autoritarismo, só comparada aos tempos da ditadura militar, agrediu física e moralmente conselheiros e funcionários que naquele momento se encontravam na subsede. Esta atitude foi justificada por ele pelo fato de a subsede ter distribuído para as escolas de Ribeirão Preto e região cartazes denunciando a posição dos dois deputados de Ribeirão Preto, referente à votação do PLC 29: o deputado Baleia Rossi – PMDB que votou a favor do projeto e o deputado Rafael Silva – PDT que não compareceu à sessão, se omitindo e, portanto, fugindo da responsabilidade e do compromisso assumido em sua campanha com seus eleitores, dentre eles muitos professores.


Não satisfeito, o deputado continuou seus ataques ao sindicato e aos conselheiros em seu programa de radio e também em programas da televisão local , tentou ainda entrar em escolas para falar com professores.


Essa atitude truculenta e desrespeitosa do deputado e um ataque não só ao sindicato mas a todos os professores por nós representados.


Diante dos acontecimentos, solicitamos o apoio de todos os diretores, divulgando o fato aos professores em suas subsedes e que enviem para Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo (ALESP) moção de repúdio a atitude desse deputado, em nome das subsedes, com cópia para a subsede de Ribeirão; bem como solicitem aos professores que enviem e-mails e cartas ao próprio deputado condenando a sua atitude.






Saudações Sindicais.
Prof.Mauro Silva
Diretor estadual da Apeoesp na região de Ribeirão Preto

DEPUTADO DA BASE DE APOIO DO GOVERNO ESTADUAL INVADE SUBSEDE DA APEOESP

Informamos que, lamentavelmente, a Subsede da APEOESP em Ribeirão Preto foi palco, na tarde de 30/10, de inadmissível e inaceitável manifestação de autoritarismo, prepotência e truculência por parte do deputado estadual Rafael Silva (PDT). O citado deputado invadiu o local acompanhado de sete capangas para tentar intimidar os conselheiros, diretores e funcionários ali presentes.

O pretexto deste suposto "representante do povo" para tal insanidade foi a publicação, na região, de cartaz que divulga a sua omissão na votação do PLC 29/2009, na madrugada do dia 21/10, quando esteve ausente da Sessão na Assembleia Legislativa, em plena terça-feira.

A APEOESP não se curva e jamais se curvará diante de atos desta natureza. Na nossa história já enfrentamos tropa de choque, cachorros, bombas de gás, cassetetes e todo tipo de violência perpetrada contra os professores, nas ruas, quando de nossas manifestações. Entretanto, nem mesmo durante a ditadura militar uma subsede da APEOESP foi invadida desta maneira covarde e injustificável.

Entretanto, este fato não ficará impune. Acionamos deputados das bancadas de oposição na Assembleia Legislativa para que o caso chegue à Comissão de Ética daquela Casa, bem como buscaremos as vias judiciais para que o citado deputado seja condenado a arcar com pesada indenização pelo ato insano que praticou; além do que, tomaremos todas as medidas necessárias para que ele seja processado criminalmente por esses mesmos atos.

A democracia é muito maior do que covardia de se utilizar de supostas prerrogativas, que o cargo não dá a nenhum deputado, para tentar calar a voz do maior sindicato da América Latina. A APEOESP seguirá na sua missão de informar à sua base e à sociedade sobre a votação de cada um dos deputados da Assembleia Legislativa em cada um dos projetos que sejam de nosso interesse.

Fonte:Presidência da APEOESP

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Falta do professor é consequência de mal-estar na profissão docente, dizem debatedores

Do site do Observatório da Educação

Em 15 de outubro, o Observatório da Educação da Ação Educativa realizou um debate, da série Desafios da Conjuntura, sobre a relação entre as condições de trabalho e as faltas de professores(as). Gestores, pesquisadores, jornalistas e profissionais da educação debateram por que os professores faltam, o que apontam as pesquisas sobre o tema, como a mídia aborda a questão, quais as condições de trabalho desses profissionais e as estratégias dos sistemas para garantir o direito à aprendizagem dos alunos e o cumprimento da jornada.

sábado, 17 de outubro de 2009

Bancos ganham mais em tarifas do que país gasta em Educação

Bancos ganham em tarifas o que país gasta em Educação
(15/10/2009 20:54)

O deputado federal Roberto Santiago (PV/SP) encaminhou artigo para este blogue onde apresenta contas estarrecedoras. Segundo ele, os bancos brasileiros,cobraram, só em tarifas, R$ 46,19 bilhões dos seus correntistas em 2008. Quantia superior à que o governo brasileiro gasta em Educação cuja previsão orçamentária para 2009 é de R$ 41,5 bilhões.

Em 2009, só o Banco do Brasil, o Itaú-Unibanco e o Bradesco faturaram apenas no primeiro semestre R$ 17,89 bilhões nas tarifas cobradas dos correntistas e com as taxas de administração dos fundos de investimento.
Segundo o deputado, desde 2003 as tarifas bancárias cobradas saltaram de R$ 27,83 bilhões para R$ 46,19 bilhões no ano passado.
Ainda segundo contas do deputado, somente no ano passado “os bancos brasileiros cobraram, juntos, o equivalente ao faturamento somado da Gerdau, Tim e Embraer que totalizou R$ 47,21 bilhões”.


Fonte Renato Rovai

CONCURSO DA REDE MUNICIPAL DE SP PARA PROFESSOR DE EDUCAÇÃO INFANTIL E ENSINO FUNDAMENTAL I SERÁ EM JANEIRO 2010

CONCURSO PARA PROFESSOR DE EDUCAÇÃO

INFANTIL E ENSINO FUNDAMENTAL I SERÁ REALIZADO EM JANEIRO



A Secretaria Municipal de Educação (SME) anunciou ontem (14/10) que o concurso público de ingresso para o provimento dos cargos de professor de educação infantil e professor de educação infantil e ensino fundamental I será realizado em janeiro de 2010. A previsão é de que os editais sejam publicados no Diário Oficial da Cidade (DOC) ainda nesta semana.



As inscrições serão feitas pela Internet e nas agências do banco Santander, a serem credenciadas pela Fundação Carlos Chagas, responsável pelos concursos, conforme segue:

internet: das 10h do dia 03 de novembro às 14 horas de 16 de novembro; banco: de 03 a 16 de novembro.



São 467 para professor de educação infantil e 818 para professor de educação infantil e ensino fundamental I.



Observação: os profissionais de educação comissionados serão inscritos de ofício.



O SINPEEM não concorda com as datas estabelecidas e está negociando com a SME para que sejam alteradas, propiciando um prazo maior para a categoria se preparar de forma adequada.



PROVAS SERÃO APLICADAS EM JANEIRO



Os candidatos farão provas objetivas de conhecimentos gerais e específicos e prova dissertativa, sendo eliminatórias e classificatórias.



Segundo a SME, as provas para os cargos de professor de educação infantil e ensino fundamental I serão aplicadas no dia 10 de janeiro e para professor de educação infantil, em 24 de janeiro.



As notas das avaliações serão somadas aos títulos na pontuação final.



SINPEEM PROMOVERÁ CURSO PREPARATÓRIO



Assim que os editais dos concursos forem publicados o SINPEEM iniciará a organização de curso preparatório para os concursos, destinado aos seus associados



A programação será divulgada no site do sindicato (www.sinpeem.com.br) e também enviada aos associados por e-mail, cartas, jornal, mural e demais informativos do SINPEEM.



OPÇÃO PELA JEIF DEVE SER FORMALIZADA

NO PERÍODO DE 19 A 23 DE OUTUBRO



Começa segunda-feira, 19 de outubro, o prazo para formalização da opção pela Jornada Especial Integral de Formação (Jeif) para o período de 01 de fevereiro de 2010 a 31 de janeiro de 2011. A opção deve ser feita até sexta-feira, dia 23 de outubro, conforme o Comunicado nº 2.025, publicado no DOC desta quarta-feira (14/10).



Os docentes, inclusive os afastados, a qualquer título, devem formalizar a opção nas unidades de exercício/lotação durante o seu horário de funcionamento ou via Internet (http://eolservidor.prefeitura.sp.gov.br).



A opção por jornada de trabalho nas unidades de exercício/lotação deverá observar os seguintes procedimentos:

- o responsável pela unidade deverá acessar o sistema Escola On Line conforme segue:

• Menu Operacional - Servidores – Jornada

• Listagem de Servidores em Exercício - imprimir a listagem e

colher a manifestação dos professores;

- ou acessar Menu Operacional - Servidores - Pesquisa - Servidores - Cadastro de Servidores; digitar o RF desejado; clicar em jornada, conferir os dados apresentados em tela; preencher os campos necessários e clicar em confirmar e emitir protocolo.



Atenção: a listagem e o protocolo são documentos oficiais de comprovação da opção formalizada pelos docentes.



Para a formalização da opção e para a interposição de recursos, os professores poderão ser representados por instrumento público ou particular ou, ainda, por declaração de próprio punho, com explicitação dos fins específicos a que se destina, acompanhada de documento de identidade do representado.



PROFESSOR EM JB NÃO TEM DIREITO À OPÇÃO



Conforme aprovado pela categoria, em todas as instâncias de deliberação, o SINPEEM pressionou o governo e conquistou o direito de opção da jornada do cargo e a transformação de professor adjunto em titular com a Lei nº 14.660/07, garantindo a estes profissionais os mesmos direitos, inclusive de opção pela Jeif.



Portanto, de acordo com a lei, os professores que permaneceram no cargo e os que mantiveram a Jornada Básica como jornada do cargo não têm direito à opção pela Jeif.



SINPEEM MANTÉM LUTA POR NOVOS PRAZOS

Atendendo à reivindicação do SINPEEM, em julho deste ano o governo incluiu na Lei nº 14.938/09, que dispõe sobre o Prêmio de Desempenho Educacional (PDE), artigo garantindo novo prazo, de 30 dias, para os adjuntos optarem pela transformação para professor titular de educação infantil e fundamental I e/ou professor de ensino fundamental II e médio. O mesmo prazo foi fixado para os professores que permaneceram na antiga JB (20 horas/aula) optarem para que a jornada do seu cargo docente passasse a ser a JBD (30 horas/aula).



Mesmo assim, o sindicato continua insistindo sobre a necessidade e importância de autorização de novos períodos para opções referentes à transformação de adjunto em titular e ao ingresso na Jornada Básica do Docente (JBD). Desta forma, os professores que, por motivo de acúmulo de cargo ou horário não puderam exercer, em 2009, a JBD ou a Jeif, poderão ter novas oportunidades de opção nos próximos anos.


DIA DO FUNCIONÁRIO PÚBLICO



O prefeito Gilberto Kassab decretou 30 de outubro, Dia do Funcionário Público, como ponto facultativo nas repartições públicas municipais. O Decreto nº 50.911 foi publicado na página 01 do DOC de 08 de outubro.



Deverão funcionar as unidades das secretarias, subprefeituras e autarquias municipais cujas atividades não possam sofrer descontinuidade. Nas demais unidades, poderão ser instituídos plantões, a critério dos respectivos titulares.





A DIRETORIA

terça-feira, 13 de outubro de 2009

I Fórum de Debates sobre EaD

Promovidos pelo Fórum das Seis em conjunto com o Cruesp os seminários ocorrerão nos meses de outubro a dezembro, confira a programação:


21/10 - "EàD - Por que e para quem - Limites e possibilidades"

Local: Anfiteatro da Central de Salas de Aula co campus UNESP - Bauru, das 14:00 às 18:00 horas;
Debatedores: César Augusto Minto
Maria A. Segatto Muranaka
José Armando Valente
Convidado da Reitoria da Unesp (nome a confirmar)



11/11 - "Faltam professores? Ensino à distância é a solução?"

Local: Auditório do Centro de Computação (CCUEC), UNICAMP (90 lugares), das 14:00 às 18:00 horas;
Debatedores: Otaviano Helene
Ivany Rodrigues Pino
Maria Elisabeth B. de Almeida
Bernardete Gatti



02/12 - "Como formar bons profissionais para o país"

Local: USP - São Paulo, das 14:00 às 18:00 horas.
Debatedores: Edmundo Fernandes Dias
Sueli Guadelupe de Mendonça
Klaus Schlünzen Junior
Manoel Oriosvaldo de Moura

Exibição do documentário " Garapa "



Segundo a ONU, mais de 920 milhões de pessoas sofrem de fome crônica no mundo.

O impacto desses números depende da nossa compreensão do que significa "passar fome". Geralmente, os meios de comunicação discutem a questão a partir de uma perspectiva macroscópica, debatendo as causas ambientais, geográficas, econômicas e políticas da fome. Embora este debate seja fundamental, continuamos, no entanto, sem saber como é a vida das pessoas que passam fome. Para que se compreenda o real significado do problema, é necessário conhecê-lo de perto. Garapa é o resultado dessa preocupação.

O filme é fruto de mais de 45 horas de material filmado por uma pequena equipe que, durante quatro semanas, acompanhou o cotidiano de três famílias no estado do Ceará. À gente dessas famílias estão Rosa, Robertinho e Lúcia - mulheres que, diante das condições mais adversas buscam estratégias de sobrevivência.

Assista ao trailer do documentário blog do Cineclube Pólis

DIREÇÃO: José Padilha



PRODUÇÃO: José Padilha e Marcos Prado



ROTEIRO: Felipe Lacerda e José Padilha



MONTAGEM: Felipe Lacerda



FOTOGRAFIA E CÂMERA: Marcela Boureau



SOM DIRETO E DIREÇÃO DE SOM: Yan Saldanha



MIXAGEM: Rodrigo Noronha




Endereço Cineclube Pólis
RUA ARAÚJO, 124, CENTRO
ESQUINA COM A GAL. JARDIM, PRÓXIMO AO METRÔ REPÚBLICA
VER NO MAPA

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Debate: Construção do Plano de Educação da cidade

Debates Desafios da Conjuntura

A Ação Educativa e o Movimento Nossa São Paulo convidam para o seminário

A sociedade civil e a construção do Plano de Educação da cidade
O que São Paulo ganha com isso?

Em agosto, foi lançado o processo de construção coletiva do Plano de Educação da cidade de São Paulo. Em seu documento-base, estão previstas várias etapas de mobilização para a discussão de diretrizes de médio e longo prazo para a educação da cidade. O Plano estabelece qual educação queremos ter a daqui dez anos e como poderemos alcançá-la. Para debater esse processo, a Ação Educativa e o Movimento Nossa São Paulo, realizam um encontro no dia 17 de outubro, sábado, das 9h às 12h30.

Vamos reinventar a educação da nossa cidade! Quanto mais gente participar, mais rico, forte e de qualidade será o processo de construção do Plano.

Convidados:
Ana Claudia Chaves Teixeira - Instituto Pólis e Fórum Nacional de Participação Popular

Anna Penido Monteiro - Coordenadora Regional do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) / Plataforma dos Centros Urbanos

Denise Carreira - Ação Educativa e representante do Movimento Nossa São Paulo

Maria Cláudia Vieira Fernandes - Diretora da EMEF Armando Cridey Righetti

Odilon Guedes - Movimento Nossa São Paulo

Valter de Almeida Costa - Diretor do Fórum para o Desenvolvimento da Zona Leste

Se você possui algum tipo de deficiência, por favor, entre em contato para que possamos garantir sua acessibilidade. Haverá interpretação em LIBRAS.

Transmissão ao vivo pela internet, com interpretação em LIBRAS. Acesse: http://www.observat oriodaeducacao. org.br/

O evento é gratuito.

Data: 17 de outubro de 2009
Horário: 9h às 9h30 - credenciamento e café da manhã; 9h30 às 12h30 - seminário
Local: Auditório da Ação Educativa
Rua General Jardim, 660 - Vila Buarque - São Paulo - SP
(próximo à estação do Metrô Santa Cecília)
Inscrições: geusilene.costa@ acaoeducativa. org ou (11) 3151-2333 ramal 103 ou 152, das 11h às 18h.

Realização:
Ação Educativa/Observató rio da Educação/Movimento Nossa São Paulo
Apoio Institucional:

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Vitória da APEOESP : Justiça assegura Educação Física no ensino médio

A juíza Silvia M. M. Novaes de Andrade julgou procedente a ação civil pública impetrada pela APEOESP com objetivo de garantir a inclusão da Educação Física como disciplina obrigatória para todos os alunos que cursem a terceira série do ensino médio diurno em escolas com três turnos.

A ação da APEOESP baseou-se na Resolução 83/08 da Secretaria da Educação que excluiu a disciplina de Educação Física da matriz curricular da terceira série do ensino médio. Após denúncia da entidade, a S.E publicou Resolução 98/08 alterando a matriz. Porém, manteve a exclusão para os alunos da 3ª série do ensino médio diurno das escolas com três turnos.
Apesar da Secretaria da Educação ter contestado a ação interposta pelo Sindicato, a juíza julgou procedente e condenou a S.E. ao cumprimento da obrigação de incluir, a partir do ano letivo de 2010, a disciplina para todos os alunos que cursem a terceira série do ensino médio no período diurno, sob pena de multa diária.

Debate no lançamento da revista Nossa América Nº 35




A Fundação Memorial da América Latina e a Imprensa Oficial do Estado de São Paulo convidam para o lançamento da


REVISTA NOSSA AMÉRICA nº 35

Dia 9 de outubro de 2009 (sexta-feira), a partir das 18h00
Local: Livraria da Vila (Alameda Lorena, 1731)

Na ocasião, o Prof. Dr. Benedito Braga, um dois autores contemplados na revista, realizará a palestra “Mar de Água Doce: riqueza compartilhada”

(Benedito Braga é professor titular da Escola Politécnica da USP, vice-presidente do World Water Council e diretor da Agência Nacional de Águas)


Informações: (11) 3823-4780 / eventoscbeal@memorial.sp.gov.br

Livraria da Vila: Alameda Lorena, 1731 / tel.: (11) 3062-1063

Audiência Pública sobre PLC 29: todos à Alesp no dia 6

A audiência pública que discutirá, entre outros assuntos, o Projeto de Lei Complementar 29/2009, com a presença do secretário de Educação, Paulo Renato Souza, acontecerá na próxima terça-feira, 6, às 14h30, no Plenário Juscelino Kubitschek da Assembleia Legislativa (Alesp). É importante que todas as subsedes enviem representantes (especialmente as da Capital e Grande São Paulo) para acompanhar os debates.

Vitória da APEOESP : Justiça assegura Educação Física no ensino médio

A juíza Silvia M. M. Novaes de Andrade julgou procedente a ação civil pública impetrada pela APEOESP com objetivo de garantir a inclusão da Educação Física como disciplina obrigatória para todos os alunos que cursem a terceira série do ensino médio diurno em escolas com três turnos.

A ação da APEOESP baseou-se na Resolução 83/08 da Secretaria da Educação que excluiu a disciplina de Educação Física da matriz curricular da terceira série do ensino médio. Após denúncia da entidade, a S.E publicou Resolução 98/08 alterando a matriz. Porém, manteve a exclusão para os alunos da 3ª série do ensino médio diurno das escolas com três turnos.

Apesar da Secretaria da Educação ter contestado a ação interposta pelo Sindicato, a juíza julgou procedente e condenou a S.E. ao cumprimento da obrigação de incluir, a partir do ano letivo de 2010, a disciplina para todos os alunos que cursem a terceira série do ensino médio no período diurno, sob pena de multa diária.

Fórum sobre proposta curricular de São Paulo

A APEOESP, a AGB (Associação dos Geógrafos Brasileiros) e a ANPUH- Seção SP (Associação Nacional de História) convidam professores da rede estadual para o Fórum sobre a Proposta Curricular do Estado de São Paulo de 2008 que acontecerá em 17 de outubro, às 13h30 na PUC-SP, à Rua Monte Alegre 984, Perdizes, Sala 317, Prédio Novo.

O objetivo do Fórum é debater a reforma curricular conectada aos temas do cotidiano escolar como materiais didáticos, formação do professor e avaliação institucional do aluno com ênfase na importância das disciplinas de Geografia e História.

Para participar do evento, os interessados devem inscrever-se na Sede da AGB e ANPUH, através dos telefones (11) 3091.3758/ 3091.3047.

domingo, 4 de outubro de 2009

Cantora Mercedes Sosa morre, aos 74 anos

A cantora argentina Mercedes Sosa morreu hoje, aos 74 anos, no hospital em Buenos Aires onde estava internada há cerca de um mês.

Sosa foi internada por conta de um problema hepático que piorou com complicações pulmonares. Nos últimos dias, ela respirava com a ajuda de aparelhos.

O filho de Sosa, Fabián Matus, afirmou à imprensa argentina que o momento era de "oração", mas que ainda tinha esperanças sobre a recuperação de sua mãe.


"Ela viveu plenamente seus 74 anos, fez praticamente tudo o que quis, não teve nenhum tipo de barreira nem medo. Viveu uma vida muito plena, que foi dolorosa, pelo exílio", disse.

A cantora já havia sido hospitalizada em março deste ano, devido a um quadro de pneumonia e desidratação.

Com uma carreira de mais de quatro décadas, Mercedes Sosa foi uma das vozes mais representativas da música popular argentina e da América Latina.

Fonte: El Clarim

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

As desigualdades na escolarização no Brasil

Luiz Araújo

Tive acesso a uma publicação denominada "As desigualdades na escolarização no Brasil", fruto do trabalho do Observatório da Equidade do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social, órgão vinculado a Presidência da República.
O Observatório desenvolveu uma metodologia de monitoramento das políticas públicas, direcionando seu olhar para o impacto destas políticas na diminuição da desigualdade social em nosso país.

Infelizmente esta publicação não teve divulgação na mídia e não sei se tem sido considerada como instrumento de avaliação das políticas governamentais, mas levanta muitas questões relevantes para o processo de construção do novo Plano Nacional de Educação.

O Observatório trabalhou com alguns indicadores que caracterizam a desigualdade na escolarização no Brasil. O primeiro é que o nível de escolaridade da população brasileira é baixo e desigual. O segundo é a persistência de elevado contingente de analfabetos, reforçando desigualdades. O terceiro é que temos um acesso restrito à educação infantil de qualidade, sobretudo pelas crianças de 0 a 3 anos. O quarto é relativo aos níveis insuficientes e desiguais de desempenho e conclusão do ensino fundamental, com acesso limitado para alunos com deficiência. O mesmo indicador é válido para o ensino médio. Temos também a insuficiência da oferta de qualidade e desarticulação dos subsistemas de educação técnica e de formação profissional continuada.

Durante os próximos dias vou comentar os principais aspectos desta importante publicação.

Sexta-feira, 18 de Setembro de 2009

Escolaridade desigual

A PNAD 2007 atestou que a escolarização da população de 15 anos ou mais era de 7,3 anos de estudo em média, abaixo dos oito anos obrigatórios. O texto do Observatório afirma que "o acréscimo, entre 2005 e 2007, de apenas 0,3 anos na escolaridade média dessa população desprezível para um país que almeja o desenvolvimento com equidade e sustentabilidade".

Aponta as desigualdades escondidas nesta média. Para os que vivem na zona rural a escolaridade média é de apenas 4,5 anos. Na área rural do Nordeste este número cai para 3,7 anos. Neste ritmo a população rural levará mais de 30 anos para alcançar o nível da área urbana de nosso país. Um verdadeiro escândalo!

Outro dado alarmante: enquanto 52,5% da população urbana têm instrução completa de nível médio ou superior, no meio rural somente 17% alcançam esta escolaridade.

O documento do Observatório, talvez pelo peso da participação governamental, faz declarações muito otimistas sobre os possíveis efeitos na diminuição das desigualdades da efetivação do Fundeb e do PDE. Afirmam que "os recursos do Fundo ampliaram as condições para o funcionamento da educação básica". Sobre o PDE o documento afirma que ocorreu "um movimento estratégico de pactuação de metas e diretrizes com os municípios" e que o governo federal "ativou mecanismos de assistência técnica aos gestores" e direcionou "recursos diferenciados para escolas com baixo desempenho no IDEB".

Tais afirmações carecem de melhor análise, especialmente de um monitoramento da destinação de recursos orçamentários do governo federal para os municípios e o comportamento da execução orçamentária dos programas principais que compõem o PDE.

Como exemplo desta necessidade cito apenas dois dados relativos a execução orçamentária do MEC em 2009. O Programa Qualidade na Escola reúne as principais ações de infraestrutura originadas pela pactuação de metas e diretrizes com municípios e estados e tem 1 bilhão e 960 milhões disponíveis, mas até o dia 3 de setembro só haviam sido empenhados 10,6% e liquidados 3,72% deste recurso. E dos 42 bilhões 270 milhões o ministério havia conseguido aplicar e liquidar apenas 51,8%.

Segunda-feira, 21 de Setembro de 2009

A maior das iniquidades

O estudo do Observatório da Equidade, analisando os resultados das PNADs de 2005 e 2007, atesta que nos dois anos houve apenas uma redução de 1,1% na taxa de analfabetismo.

A importância do estudo é alertar para a diferença entre o urbano e rural no analfabetismo brasileiro; enquanto apenas 7,6% dos maiores que 15 anos estão nesta situação nas cidades, este número salta para 23,3 no meio rural.

Também as regiões mais pobres sofrem mais com este fenômeno, pois o Nordeste possui 14,8% de analfabetismo na área urbana e o absurdo número de 33,8% na área rural, ou seja, um a cada três nordestinos que vivem na área rural são analfabetos.

Esta desigualdade tem cor, pois entre os brancos o analfabetismo é de apenas 6,1% e entre pretos e pardos este número alcança 14%.

E apresenta uma informação pouco divulgada pela imprensa e pelo governo: a UNESCO está considerando o Brasil como parte do grupo de países em situação de risco quanto ao analfabetismo absoluto.

E conclui que deve se esperar "que, com prioridade governamental e social, sejam solucionadas os persistentes problemas que obstaculizam a redução da maior das iniqüidades sociais do Brasil: o baixo envolvimento do setor público e de gestores educacionais, os altos índices de evasão, o baixo rendimento do processo de alfabetização, e a pequena continuidade em programas de EJA entre os alfabetizados".

Esta mensagem tão clara tendo sido escrita por um órgão tão próximo do Presidente Lula deveria ter algum efeito na postura tímida do governo no enfrentamento de tão importante problema.

Terça-feira, 22 de Setembro de 2009

Infância desprotegida

Um dos problemas monitorados pelo Observatório da Equidade é o acesso restrito à educação infantil em nosso país. Pelos dados da PNAD 2007 tínhamos 44,5% das crianças de 0 a 6 anos estudando. Porém, este número é mais representativo do universo de 4 a 6 anos, onde a cobertura alcança 77,6%, mas a cobertura em creche continuava pequena, representando apenas 17,1% do universo.

E mais, o "atendimento de crianças de 0 a 3 anos cujas famílias recebem até ½ salário mínimo é quatro vezes menor do que o das crianças cujas famílias têm rendimento mensal médio acima de três salário mínimos".

A conclusão mostra a gravidade do problema: os mais pobres ficam fora do acesso à educação infantil, justamente o segmento social que mais necessita do serviço. O Brasil atende apenas 10,8% das crianças cujas famílias ganham até ½ salário mínimo. Esse percentual cai para 4,9% na região Norte.

Esta injustiça também aparece entre o urbano e o rural. Nas áreas urbanas o atendimento em creche alcança 19,6% e o de pré-escola o percentual de 80,4%. Já na área rural o atendimento em creche representa apenas 6,4% e o de pré-escola apenas 66%. O Norte atende na área rural apenas 2,5% da população na idade e o Centro-Oeste apenas 2,9%.

Há uma clara expectativa de que a inclusão das creches na distribuição dos recursos do Fundeb consiga reverter esta situação. Esta é realmente uma chance de elevação da cobertura, mas para isso seria importante que a remuneração das matrículas de creche fosse feita de acordo com o custo realmente verificado e não por um percentual insuficiente, como até agora foi feito.

Espero que meus comentários sobre o documento "As Desigualdades na Escolarização no Brasil" tenham sido úteis, seja para reconhecer bons trabalhos de monitoramento, seja para estimular o governo federal levar em consideração as suas próprias produções na hora de avaliar suas políticas públicas educacionais.

Quarta-feira, 23 de Setembro de 2009

Fonte: Blog do Luiz Araújo - http://rluizaraujo.blogspot.com/

MEC cancela Enem por suspeita de fraude e estuda remarcar prova em 45 dias

O Ministério da Educação cancelou na madrugada desta quinta-feira (1º) a prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), que seria aplicada neste final de semana em todo o país. Há suspeita de fraude e de que o conteúdo da prova tenha vazado. Ainda não há nova data para a prova.

A decisão foi tomada pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, após ter sido alertado pela reportagem do jornal 'O Estado de S. Paulo' sobre a quebra do sigilo do exame. Um homem, de acordo com a reportagem, tentou vender uma cópia da prova ao jornal por R$ 500 mil. "Há fortes indícios de que houve vazamento, 99% de chance", afirmou o presidente do Inep, Reynaldo Fernandes, por volta da 1 hora da madrugada desta quinta (1), por telefone.


Resultado final do Enem 2009 deve sair no começo de fevereiro
Candidatos do Enem 2009 pedem no Orkut divulgação da prova que vazou
MEC diz que já acionou a Polícia Federal para apurar fraude no Enem 2009
Ministério da Educação já tem nova prova do Enem elaborada, diz Haddad


Tentaram vender a prova
Na tarde de ontem o jornal foi procurado por um homem que disse, ao telefone, ter as duas provas que seriam aplicadas no sábado e no domingo. Propôs entregá-las à reportagem em troca de R$ 500 mil. "Isto aqui é muito sério, derruba o ministério", afirmou o homem.

O encontro no qual o Estado viu trechos da prova aconteceu ontem à noite, na zona oeste de São Paulo. O homem que telefonou para a redação estava acompanhado de outra pessoa. Eles disseram ter recebido o material na segunda-feira, de um funcionário do Inep. Afirmaram que o esquema de fraude tinha cinco pessoas.

Segundo reportagem do jornal 'O Estado de S. Paulo', que afirma ter tido acesso à prova que seria aplicada, pessoas avisaram o jornal sobre o vazamento e contaram ter obtido a prova por meio de funcionários do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), organizador da avaliação.


Nova data do Enem 2009
O MEC estuda remarcar o exame nos próximos 45 dias. Uma segunda versão da avaliação, que já estaria pronta, pode ser utilizada. Uma entrevista coletiva deve ser realizada ainda nesta manhã, para explicar os novos procedimentos com relação ao Enem.

"Os indícios de que houve furto de exemplares são fortes. Não nos resta outra alternativa a não ser adiá-la [a prova]", disse o ministro da Educação, Fernando Haddad ao telejornal 'Bom Dia Brasil', da Rede Globo.

Mais de 4 milhões de pessoas se inscreveram para fazer o exame. O número é recorde, segundo o MEC.

O ministro afirmou ainda que os inscritos no exame permanecem inscritos, e sugere que os estudantes utilizem o tempo até a nova data da aplicação da prova em prol do estudo. "Agora é continuar estudando e esperar pela remarcação do Inep", afirmou.

A prova seria realizada no sábado (3) e no domingo (4), em 10.385 escolas diferentes de 1.826 municípios com, ao todo, 113.857 salas de prova.

O Enem 2009 terá uma redação e quatro provas com 45 questões objetivas, dentro das seguintes áreas: ciências da natureza e suas tecnologias; ciências humanas e suas tecnologias; linguagens, códigos e suas tecnologias; e matemática e suas tecnologias.

Este ano, o inscrito no Enem terá o direito de participar do vestibular unificado do MEC. Ele poderá optar por cinco cursos em instituições federais e, de acordo com o desempenho, simular a posição na graduação pretendida, em comparação com as notas dos demais concorrentes.

Além de substituir o processo seletivo pela prova do MEC, as universidades federais puderam optar ainda por outras três formas de adesão ao Enem 2009. São elas: substituir apenas a primeira fase do vestibular; combinar a nota do Enem com a nota do vestibular tradicional (nesta modalidade, a universidade fica livre para decidir um percentual do Enem que será utilizado na média definitiva); usar o Enem como fase única apenas para as vagas ociosas da universidade.

Fonte UOL

Manifestação em Solidariedade ao Povo de Honduras. Fora Golpistas !

Dia 02, sexta feira, vão do MASP – Paulista – Concentração à partir das 17 h

O Golpe Militar em Honduras tem que ser derrotado nas ruas em Honduras e em todo o mundo. Nos últimos dias os golpistas de Honduras não deixaram nenhuma dúvida aos trabalhadores e povos de todo o mundo de sua verdadeira face facista : toque de recolher, estado de sitio, prisões, repressão brutal com centenas de feridos e assassinatos.


As imagens de estádios sendo usados como “prisões” para as centenas de detenções realizadas de maneira arbitrária e violenta trazem na memória as imagens do golpe de Pinochet no Chile e as prisões e execuções no Estádio Nacional tão simbólicas, para todo os povos de nosso continente, do significado das ditaduras.

De outro lado as manifestações e resistência do povo hondurenho para derrotar o golpe continuam heróicas e fortes. As organizações sindicais, populares e políticas brasileiras fazem um chamado a construirmos um amplo movimento de solidariedade ao povo de Honduras. Realizaremos todos nossos esforços de mobilização e apoio político e material para a luta organizada a partir da Frente Nacional de Resistência Contra o Golpe de Honduras que luta por : fim da repressão e reestabelecimento das liberdades democráticas, recondução do presidente eleito Manoel Zelaya ao governo, punição aos golpistas e pela convocação de uma Assembléia Nacional Constituinte. Repudiamos qualquer tentativa de acôrdo f eito nos gabinetes que vise livrar os golpistas de qualquer punição e negar o direito ao povo hondurenho de decidir livremente seu destino em uma Assembléia Nacional Constituinte. Nos colocamos na defesa da embaixada do Brasil contra qualquer ataque ao presidente eleito Manoel Zelaya os ativistas e dirigentes que o acompanham bem como contra qualquer funcionário da embaixada.

Para isso estaremos organizando :

1- Manifestação em São Paulo, no dia 02 de outubro no vão do MASP, na av. Paulista, concentração à partir das 17 h;

2- Uma delegação unitária das organizações brasileiras para levar nosso apoio e solidariedade, nos próximos dias, ao povo hondurenho;

3- Uma campanha de arrecadação de recursos para o apoio à resistência organizada pela Frente Nacional de Resistência Contra o Golpe de Estado.

MST, Conlutas, CTB, CUT, Intersindical, MTST, ANEL, PCB, PSOL, PSTU, Consulta Popular, Assembléia Popular, Circulo Palmarino, Esquerda Marxista, CDR


Leia também:

Manifestação contra o golpe militar em Honduras! 03.07 | 10h
Delegação de parlamentares vai a Honduras acompanhar situação da embaixada
Ato contra o golpe de estado em Honduras! 30.06 | 10h
Abaixo o golpe de Estado em Honduras

XIV ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UNITAU

07 de Outubro: 20:15h – 21:45h – Faculdade de Direito – UNITAU


CONVIDAM PARA O DEBATE


IMPACTOS AMBIENTAIS E SOCIAIS DA MONOCULTURA DO EUCALIPTO

Análise das consequências do plantio do eucalipto e debate sobre alternativas ecológicas e econômicas a essa monocultura.


Dr. Wagner Gilron de la Torre

Coordenador da Defensoria de Taubaté

Prof. Ms. Edson Trajano

NUPES – UNITAU

Coordenação: Prof. Dr. Luiz Carlos Laureano da Rosa

NUPES – UNITAU

NUPES – Núcleo de Pesquisas Econômico-Sociais

GECA – Grupo de Estudos e Consciêntização Ambiental

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Morre segundo sindicalista da educação vítima de atentado em Porto Seguro

Morre sindicalista vítima de atentado na Bahia

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB) de Porto Seguro, Álvaro Henrique Santos, 28 anos, morreu nesta quarta-feira (23) no Hospital São Rafael, em Salvador. Ele se recuperava de uma cirurgia para retirada de uma bala no cérebro, mas após quase uma semana internado teve complicações e não resistiu. Álvaro e o professor Elisney Pereira, 31 anos, que morreu na hora, foram vítimas de um atentado na última quinta-feira (17), em Porto Seguro, no sul da Bahia.

Para o coordenador-geral da APLB, “perde a educação, perde o sindicalismo, perde a família, e toda a categoria, a energia, a vida de dois jovens que só pensavam num mundo melhor onde a ensino público fosse digno, de qualidade e gratuito”.

Nesta quarta-feira, o presidente da CNTE, Roberto Franklin Leão, enviou ofício ao governador da Bahia, Jaques Wagner (PT/BA), exigindo a apuração rigorosa dos crimes e punição aos culpados.

CNTE, 24/9/2009

domingo, 27 de setembro de 2009

Abaixo links para contéudos do concurso da Prefeitura municipal de SP

Segue abaixo o endereço do portal da secretaria municipal da educação
nele existem links com os conteúdos para o concurso que contém documentos, textos e referenciais curriculares da SME.

http://portalsme.prefeitura.sp.gov.br/default.aspx

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

AULA DE LEGISLAÇÃO DE ENSINO

As inscrições para a aula gratuita de legislação de ensino visando o concurso público da Prefeitura de São Paulo na área do magistério municipal (professor, coordenador, diretor e supervisor), já podem ser feitas pelos telefones (11) 3886-6686 e 5668-8022 (Observatório da Educação).
As aulas serão realizadas pelo professor, mestre em Educação pela USP e deputado estadual Carlos Giannazi, membro titular da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa de São Paulo.

Acompanhe o calendário das aulas:

3 de outubro (Sábado)
das 9h às 12h– Colégio Pinheiro (Jd.Primavera) Interlagos

19 de outubro (Segunda-feira)
das 19h30 às 22h – Assembleia Legislativa – Aud. Franco Montoro

21 de outubro (Quarta-feira)
das 19h às 22h – Assembleia Legislativa – Aud. Franco Montoro


23 de outubro (Sexta-feira)
das 19h às 22h - Assembleia Legislativa – Aud. Franco Montoro

OBS.: traga a Constituição Federal, LDB e ECA para assistir às aulas

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

AGENDA APEOESP DIA 25/09/09 - sexta-feira

9h Reunião Extraordinária do CER
Local: Associação Okinawa Kenjin do Brasil
R. Tomaz de Lima, 72 - Liberdade

13h Assembleia Estadual dos Professores
Ato Público do Funcionalismo
Local: Praça da Sé

Secretaria Geral da APEOESP

Agentes de Israel estariam colaborando com golpistas de Honduras

Agentes de Israel estariam colaborando com golpistas de Honduras
(22/09/2009 23:51)

Chegam informações de Honduras de que agentes do serviço secreto do governo de Israel estariam colaborando na inteligência do golpe em Honduras. Seriam eles, inclusive, os controladores das ações no cerco à embaixada brasileira.

Esses agentes do serviço secreto israelense teriam decidido sobre o corte de água, luz e entrada de suprimentos na casa.

E também estariam fornecendo equipamentos para pressão psicológica de dentro para fora da embaixada. Um desses aparelhos é um produtor de frequência que faz um barulho ensurdecedor e estaria causando um grande incômodo para os que estão dentro da casa.

A avaliação é de que será difícil tanto para Zelaya quanto para os outros que estão na embaixada suportar a pressão por muito tempo. Trata-se de uma denúncia gravíssima e que precisa ser apurada e investigada pelo governo brasileiro.

FONTE: BLOG ROVAI DA REVISTA FORUM

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Professora lança livro sobre questão Etnico-racial e a desigualdade no Brasil

Lançamento Livro de Gevanilda Santos
Relações raciais e desigualdade no Brasil.
Dia 06 de Outubro
Na Livraria Cultura, Av. Paulista, 2073
Conjunto Nacional, 18:30 as 21;30hs

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Professores que forem aprovados em SP só darão aula em 2011

Professores que forem aprovados em SP só darão aula em 2011
da Folha de S.Paulo

O secretário da Educação do Estado de São Paulo, Paulo Renato Souza, confirmou ontem (17) que os mais de 10 mil professores que poderão ser admitidos na rede básica de ensino ingressarão em sala de aula apenas em 2011. O concurso deverá ocorrer em março.

Pelo planejamento inicial do governo, o concurso seria realizado em setembro deste ano. Assim, os professores já poderiam atuar a partir de 2010.
O atraso, segundo Paulo Renato, deu-se porque a programação traçada pela secretaria mostrou que os professores entrariam em aula na metade do primeiro semestre.

"Rotação"

"Estaríamos provocando uma rotação na rede. Mesmo que fizéssemos para o meio do ano, também estaríamos provocando essa rotação. Isso, pedagogicamente, não é conveniente", afirmou o secretário.

A prova que aconteceria em setembro seria a primeira etapa do concurso. Depois, os aprovados teriam de realizar um curso de cerca de quatro meses na Escola de Formação de Professores do Estado --o curso tornou-se obrigatório por medida aprovada neste ano.

O processo contempla ainda uma terceira etapa: uma prova feita após o curso.Paulo Renato negou que a mudança no planejamento tenha ocorrido por possíveis atrasos na preparação do curso ou em liberação de verbas.
Segundo ele, o novo planejamento da secretaria prevê ter todo o processo do concurso concluído entre outubro e novembro de 2009 para que seja feita a nomeação.

Paulo Renato disse também que não faltarão professores por causa da mudança na realização do concurso e que muitos dos aprovados poderão ser docentes que já trabalham hoje como temporários.

Segundo a Secretaria da Educação, a rede estadual tem hoje cerca de 230 mil professores, sendo aproximadamente 100 mil temporários.

Demora

A presidente da Apeoesp (sindicato dos professores do Estado), Maria Izabel Azevedo Noronha, afirma que a medida é positiva ao dar mais tempo para os candidatos estudarem para o concurso.

"Faz sentido também quanto à organização do ensino", diz a sindicalista.Ela afirma que o importante é haver concurso e que o governo publique com antecedência o edital, que traz a bibliografia exigida. "Só o que não pode é ficar adiando, adiando..."

A opinião é semelhante à do professor da Faculdade de Educação da USP Rubens Barbosa de Camargo.

"É claro que, do ponto de vista organizacional, é muito melhor que os novos professores cheguem no final do ano, para iniciar a preparação, ou já no início para as aulas", afirma.
"Só lamento que, com um contingente tão grande de professores temporários, o concurso tenha demorado tanto", afirma. Para Camargo, o ingresso durante o ano letivo afeta a lógica de funcionamento do ensino.

Fonte: Folha de SP

Serra adia concurso para professores !

Governo de São Paulo adia concurso para professores
AE - Agencia Estado
quarta-feira, 16 de setembro de 2009, 10:15


SÃO PAULO - O governo José Serra (PSDB) vai atrasar a entrada de cerca de 10 mil professores efetivos na rede estadual de ensino. Autorizado em despacho publicado ontem no Diário Oficial do Estado, o concurso público, inicialmente agendado para este ano, será realizado somente em março de 2010. A entrada dos docentes ficará para 2011.

De acordo com Vera Cabral Costa, diretora da Escola de Formação da Secretaria Estadual da Educação, o cronograma foi refeito para que haja tempo para a realização do curso preparatório para os professores, que se tornou parte obrigatória dos concursos públicos para o ingresso na carreira. "Não daria tempo. Por isso, optamos por atrasar a entrada desses efetivos. É uma estratégia de trabalho para discutir currículo, materiais e fazer a formação para o ingresso", diz Vera.

A diretora explica que a ideia inicial era realizar o concurso ainda em 2009, mas os professores não poderiam assumir no meio do ano letivo de 2010. "Seria prejudicial para o professor e para o aluno." Com duração prevista de quatro meses, o primeiro curso na Escola de Formação está programado para começar em agosto de 2010. Participarão os aprovados em primeira chamada no concurso, cujo edital deve ser publicado até o final do ano, informou Vera.
Com a obrigatoriedade do curso de formação, criado em julho com a aprovação de projetos do governo pela Assembleia Legislativa, o concurso para professor passa a ter duas fases, com duas provas distintas. Na primeira, a do concurso, serão selecionados os docentes para as vagas disponíveis. A segunda prova será realizada ao final do curso de formação. Só os professores que cumprirem a preparação voltada à formação profissional terão o vínculo com o Estado oficializado. "Quem não tiver frequência ou aproveitamento no curso poderá ser reprovado", explica Vera.

De acordo com o despacho do governador, o próximo concurso público será realizado para preencher 10.083 vagas de Professor Educação Básica II, habilitado para dar aula do 6º ao 9º ano do ensino fundamental (antigas 5ª à 8ª séries) e no ensino médio. As 80 mil novas vagas recém-criadas pelo governo estadual, também após aprovação do Legislativo, em julho, estão fora do processo seletivo. A criação dos novos cargos foi feita para reduzir o número de professores temporários na rede estadual.

Segundo dados oficiais, dos 217 mil professores do Estado, quase metade tem vínculo temporário, o que fragiliza a relação do profissional com a escola e aumenta a rotatividade. Vera afirma que essas 80 mil novas vagas poderão ser preenchidas em outra chamada desse mesmo concurso público. "A partir do próximo ano faremos um levantamento e vamos ver a necessidade de chamar mais gente", explica a diretora. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

AE - Agencia Estado

sábado, 12 de setembro de 2009

Carta-Manifesto

Às professoras e aos professores da rede pública estadual de São Paulo
por ocasião da IV Conferência Estadual de Educação da Apeoesp

Na Escola e na Luta

Apresentação

A Apeoesp realizará sua IV Conferência Estadual de Educação entre os dias 17 e 19 de novembro, na cidade de Serra Negra. Será uma importante ocasião para debatermos nossas concepções pedagógicas e avaliarmos como a política educacional adotada em São Paulo desde antes e aprofundada pelo governo Serra afeta a qualidade do ensino e nosso trabalho, no dia-a-dia da sala de aula. É necessário avançarmos na pauta para compreendermos o sentido mais geral das mudanças que vêm sendo propostas e, de fato, implementadas.

Neste sentido, o Coletivo Estadual “Apeoesp na Escola e na Luta” temos acumulado generosas e valiosas contribuições de professores que militam em suas respectivas escolas e, para além delas, no sindicato, para fazer o bom debate sobre os rumos da educação no Estado de São Paulo, bem como acompanhando criticamente as medidas do governo federal. Esta carta-manifesto é um primeiro esforço de sintetizar nossas posições para socializá-las nesse momento que antecipa a Conferência.

Contudo, a forma que o sindicato encontrou para realizar sua Conferência tende a restringir o debate, por não permitir a publicação de teses, mas apenas de um documento guia. Em um tempo em que os ataques ao professorado se intensificam, é imperativo que se dê vazão ao debate das análises do processo, das posições e proposições diversas àquelas dos que já comandam o sindicato; estes orientam a um debate “propositivo”, quando sequer partimos de uma mesma visão de conjunto sobre o sentido que a educação pública tem tomado — sobretudo se juntamos às nossas análises os feitos (e as omissões) do governo federal.

É que o setor majoritário na diretoria da Apeoesp alinha-se ao governo Lula e quer preservá-lo de maiores críticas. Não se trata aqui da acusação de “partidarização do debate”. Cremos que as diferentes posições são legítimas e, por isso mesmo, merecem ser destacadas e debatidas, a fim de melhor avaliarmos que rumos podemos e devemos seguir. Em primeiro lugar, pela defesa da independência do movimento sindical em relação ao governo; em segundo, pela defesa dos espaços democráticos de debate, sem os quais é impossível construir qualquer compromisso unitário sobre o que fazer.

O momento atual exige de nós juntar as forças para resistir aos ataques, o que já não é pouca coisa, e assim criar possibilidades para também avançarmos na conquista de direitos e de novas condições de trabalho, disputando entre os professores qual concepção de educação e de escola defendemos, qual “qualidade educacional” perseguimos, quais os instrumentos de luta temos à disposição e quais ainda deveremos criar.

As razões da ‘crise da educação’

Que a educação esteja em crise não é novidade para ninguém – e nem é coisa recente. Crise e educação são dois termos que sempre se acompanham no debate público, desde a antiguidade da civilização ocidental até os dias atuais. O que varia de uma época à outra é a caracterização da crise, como tradução histórica de anseios e interesses em disputa na sociedade — vale dizer, da disputa ideológica de projetos de sociedade. Responder a questão sobre que educação defendemos é dizer que sociedade pretendemos. Do mesmo modo, acusar a crise é apresentar ali um obstáculo ao projeto de sociedade.

Isto deveria ser suficiente para aplacar nossas angústias de querer por fim à crise da educação – ela é permanente. Pois, se a educação, pelo esforço que realiza de cultivar as gerações mais jovens, projeta a sociedade futura; e se o futuro é algo ainda não determinado, a crise então se instala, inapelavelmente: trata-se da disputa hoje em torno das decisões que determinarão o futuro, ao menos em um de seus elementos. Traduzindo e explicitando, de que crise estamos falando? De quem é essa crise? Quais as soluções que se apresentam e o que elas projetam para o futuro?

Entretanto, todos fomos levados a crer na existência de uma crise educacional, assumindo-a como se fosse “nossa”, despendendo energias para superá-la — sem nos darmos conta que a caracterização da crise, veiculada nos discursos da imprensa e das autoridades, não é a mesma crise que efetivamente experimentamos no nosso dia-a-dia; assim, nossos esforços deixarão intactas as razões mais íntimas de nossa própria crise, embora possam eventualmente até “resolver” a crise do lado deles. Com efeito, o projeto deles caminha e avança.

Trocando em miúdos: há dois projetos antagônicos de sociedade: um em que permanecerá prevalecendo os interesses do capital e do mercado; e outro, o dos socialistas – para quem a crise, aqui entendida como os obstáculos ao seu projeto de sociedade, é bem maior do que divulgam e, por outro lado, é crise que nem se tem notícia, quando a crise responde pelo nome: luta de classes.

Despolitização da educação e contenção orçamentária

A atual crise da educação é caracterizada pelo baixo desempenho escolar da grande maioria dos estudantes – o que é fato inegável. Então, considera-se que a crise seja da “qualidade da educação” e apressam-se em apresentar intervenções no processo educativo, como se houvesse uma evidência acerca de que “qualidade” perseguimos e também concordância sobre os meios de alcançá-la. No entanto, a questão da “qualidade” é uma questão de natureza política: definir o que é “qualidade” sempre dependerá das finalidades a que visamos, desde os propósitos escolares mais específicos até o projeto de sociedade no qual nos engajamos, cuidando de estabelecer entre eles as mediações necessárias.

É preciso compreender então como a questão educacional foi de tal modo despolitizada a ponto de fazer convergirem propostas, ações e meios, à “esquerda” e à “direita”. Não é por acaso a estranha coincidência em políticas públicas adotadas pelos governos municipais, estaduais e pelo federal. A falta de dissenso é correlata à hegemonia do capital e ao enfraquecimento da organização dos trabalhadores. Quem pauta o que é “qualidade” na educação e administra os meios de promovê-la são os interesses de acumulação, concentração e preservação do capital.

Se não, vejamos: todo esforço em conquistar mais recursos para a educação, sob a forma do financiamento público, vai em sentido contrário às diretrizes do capital, que tem força suficiente para barrar a partilha dos fundos públicos destinados a políticas de efetivação de direitos sociais. O caso mais emblemático disso está nos vetos ao Plano Nacional de Educação (PNE), ainda no governo FHC, apagando qualquer menção à ampliação de recursos à educação. A expectativa era de que o governo Lula, quando eleito, revertesse os vetos – expectativa que transformou-se em amarga nostalgia. O que se mantém, como lógica ordenadora das ações governamentais, é a drenagem dos recursos públicos ao pagamento dos juros da dívida pública, em detrimento de quaisquer planos.

Trata-se, portanto, de verificar em conjunto as transformações operadas na gestão das questões educacionais nos últimos tempos, quando cada vez mais se aprofunda a tecnocracia, como forma de racionalidade “eficiente” e “isenta” ao lidar com as questões de natureza política. Tais padrões de racionalidade destituem a política de seu lugar, despolitizam a sociedade, conformada com as avaliações quanto a viabilidade das transformações possíveis ou das transformações necessárias, ditas “tecnicamente inviáveis” – ou seja, é uma racionalidade avessa à transformação do real, cuja regra é otimizar a relação de “custo e benefício”, ou seja, conter os gastos e constranger qualquer possibilidade de mudança efetiva.

Com efeito, com a despolitização da sociedade, é a democracia que fica restrita. O poder se concentra – e escapa à vicissitudes da democracia, que encolhe. Os novos “mestres da verdade”, os detentores do saber técnico, desautorizam qualquer desejo, qualquer projeto de transformações profundas, que escapassem ao seu controle. A política se dissolve em “pesquisas de opinião”, que no entanto não enfrentam o espaço público aberto ao debate contraditório. Uma vez que as opiniões sejam aferidas e os especialistas são consultados, as decisões são tomadas e cumpre a todos obedecer.

O projeto tecnocrático na educação

Já em curso há algum tempo, o projeto tecnocrático para educação ganhou no governo Serra contornos mais nítidos, tornado-se um todo único e coerente, sem que tenhamos conseguido oferecer resistência suficientemente forte para reverter seu avanço. Em perspectiva, serão profundas as transformações nas práticas docentes e no perfil dos professores que ainda ingressarão na rede, dificultando ainda mais a resistência.

A tecnocracia arranca de cada um de nós a definição dos rumos a serem tomados, das decisões de como e porque fazer. Terceiriza nossa responsabilidade do planejamento curricular e da concepção educacional – agora a cargo de especialistas detentores de um saber técnico que os define de cima para baixo – enquanto os professores, na sala de aula, tentamos cumprir o que nos foi “proposto”, e melhor seria dizer “imposto”.

A tecnocracia objetiva uma gestão totalitária, isto é, que controle cada gesto e imponha o “padrão”. Não é ao acaso a aplicação das apostilas, da avaliação do estágio probatório. À obediência, premia-se com bônus – e, mais danoso: diante da prolongada precarização da carreira no magistério e do baixo grau de politização e de consciência de classe, a possibilidade de ganhos salariais a partir do esforço e do mérito individuais é um indutor poderoso de comportamento coletivo – não faltar jamais, seguir a cartilha, obedecer ao superior, preparar os alunos para as avaliações, responder o que se espera nas provas e provinhas – numa espécie de “adesão voluntária à imposição”, o que equivale dizer o aniquilamento do exercício autônomo da docência, bem como da autonomia da escola.

Contudo, ainda que essa gestão totalitária tenha força para conter pressões reivindicatórias, a tensão não se resolve porque a educação continuará em crise. As causas reais do problema da qualidade estão longe de ser resolvidas, as questões do “chão da escola” – infra-estrutura escolar, redução de aluno por sala, redução de salas por professores, jornada, etc. Tudo isso exige mais recursos para educação – em tempos em que a tecnocracia cuida de conter os recursos para o pagamento dos juros da dívida, e distribuir o pouco restante apenas como instrumento de efetivação do seu projeto.

Além disso, e por outro lado, porque a tecnocracia é avessa a ampliação da democracia, lutar contra ela é lutar pela radicalização dos meios democráticos de gestão, como eleição direta para diretores, garantindo participação ampliada da comunidade escolar – professores, pais, alunos – de modo a garantir a autonomia da escola, sem a qual não é possível uma educação de qualidade.

E a APEOESP?

A APEOESP tem uma história de importantes formulações e embates educacionais. No entanto, o nosso sindicato tem sido incapaz de fazer a grande disputa contra o projeto tecnocrático na educação.

A sua direção majoritária opera uma política voltada para a sua perpetuação no aparelho sindical e tem progressivamente aderido às idéias que norteiam a tecnocracia. Mudar a APEOESP é, portanto, fundamental.

Defendemos uma APEOESP na escola e na luta!