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segunda-feira, 30 de julho de 2012

Greve nas universidades federais!



Greve expõe problemas no processo de expansão do ensino superior 

A greve deflagrada pelos professores do ensino superior, na semana passada, segue forte, com adesão rápida e crescente. Para o Comando Nacional de Greve do Andes-SN, a surpreendente mobilização se ancora no fato de que esta é uma greve atípica, centrada não na luta mais imediata da categoria por reajuste salarial, mas em questões conjunturais que afetam o conjunto da comunidade acadêmica.

Para o professor da Universidade Federal do Rio Grande (UFRG), Billy Graeff, membro do Comando Nacional de Greve do Andes-SN, a surpreendente mobilização se ancora no fato de que esta é uma greve atípica, centrada não na luta mais imediata da categoria por reajuste salarial, mas em questões conjunturais que afetam o conjunto da comunidade acadêmica. E, consequentemente, o projeto de oferta de um ensino público de qualidade no país.

A pauta de reivindicações da categoria está centrada em dois pontos principais: a reestruturação da carreira docente, considerada pouco atraente e funcional há décadas, e a melhoria nas condições de trabalho. 

A primeira, segundo o Sindicato, já havia sido negociada com o governo, para ser implantada até o final de março deste ano, junto ao reajuste de 4%, acordado em 2010. O reajuste saiu, por meio de medida provisória enviada ao congresso pela presidenta Dilma Rousseff em 14 de maio, mas a reestruturação da carreira permaneceu pendente. “Nós estamos negociando desde agosto de 2010, mas o governo se mostra intransigente frente às nossas reivindicações”, justifica. 

A segunda decorre de uma insatisfação latente da categoria, compartilhada com estudantes e servidores técnicos-administrativos. “Os professores não suportam mais esses anos de expansão universitária irresponsável”, afirma o professor. Ele se refere ao programa de expansão universitária iniciado durante o governo Lula, o Reuni, mais efetivamente entre 2006 e 2008. Segundo o professor, aumentou-se o número de alunos matriculados nas universidades, sem a devida contrapartida em contratação de pessoal e ampliação da infraestrutura.

“Estamos preparando um dossiê da precarização para mostrar a verdadeira face do Reuni”, conta Billy. Conforme ele, os problemas são inúmeros, principalmente nos campi novos e nos cursos recém implantados. Faltam professores, laboratórios, bibliotecas, restaurantes universitários, casas do estudante e até banheiros. “Estamos levantando também a qualidade dos prédios recém construídos e os problemas ambientais decorrentes dessas obras. As denúncias são alarmantes”, antecipa. 

Liminar proíbe cortes nos salários e governo tenta substituir grevistas

Um dia após o Sindsep-DF obter liminar judicial que impede o corte dos salários dos servidores públicos federais em greve, recomendado pelo governo desde o início de julho, uma nova ameaça voltou a deixar em alerta as 25 categorias paralisadas. Trata-se do Decreto 7.777, que prevê a substituição dos grevistas por trabalhadores das redes públicas estaduais e municiais. Em nota oficial, a CUT repudiou a medida do governo.

Brasília - Um dia após o Sindicato dos Servidores Públicos Federais do Distrito Federal (Sindsep-DF) obter liminar judicial que impede o corte dos salários dos grevistas, recomendado pelo governo desde o início de julho, uma nova ameaça voltou a deixar em alerta as 25 categorias paralisadas. Trata-se do Decreto 7.777, publicado no Diário Oficial da União (DOU) desta quarta (25), que prevê a substituição dos servidores federais em greve por trabalhadores das redes públicas estaduais e municiais. 

Em nota, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), que representa em torno de 80% das categorias paralisadas, repudiou a atitude do governo. “Esta inflexão do decreto governamental nos deixa extremamente preocupados. Reprimir manifestações legítimas é aplicar o projeto que nós derrotamos nas urnas. Para resolver conflitos, o caminho é o diálogo, a negociação e o acordo. Sem isso, a greve é a única saída”, diz o documento.

A Central classifica como “inaceitável” a substituição de servidores com atribuições diferenciadas entre os entes federados. “A utilização de pessoal não qualificado para exercer funções como a da vigilância sanitária e de fronteiras, de portos e aeroportos, que são atribuições da União, ainda que de forma transitória, pode colocar em risco a saúde, a segurança da população e a própria soberania nacional. Além de abrir um perigoso precedente”, continua.

No documento, a CUT defende que a greve é um direito constitucional e afirma que a medida adotada pelo governo “atropela o processo de diálogo e vai na contramão da legitimidade de uma paralisação em defesa de salários e direitos”. A Central também reitera a importância da regulamentação da Convenção 151 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que estabelece a negociação coletiva no serviço público. “Esta é uma decisão que muito poderia contribuir para aparar eventuais arestas e dirimir conflitos como o atual”, justifica.

Corte de ponto
A liminar que suspende o corte dos salários dos servidores grevistas vale apenas para as 16 categorias representadas pelo Sindsep, e apenas no Distrito Federal. Mas a Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef) já está orientando todos os seus sindicatos filiados a ingressarem com mandados de segurança semelhantes. “Essa liminar abre um precedente importante para todo o país”, avaliar o diretor do Sindsep-DF, Carlos Henrique Bessa Ferreira. 

Segundo ele, a decisão do juiz federal Flávio Marcelo Borges, desta terça (23), se baseia em jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF), que reconheceu que o direito de greve, previsto na Constituição, pode ser exercido mesmo não havendo regulamentação da matéria pelo Congresso Nacional. 

O mandado de segurança foi impetrado contra o secretário de Relações de Trabalho, Sérgio Mendonça, e a secretária de Gestão Pública substituta, Ana Lucia Amorim de Brito, que assinam o documento encaminhado aos órgãos da administração federal, no dia 6/7, recomendando o corte dos dias parados. Para o eventual descumprimento da decisão, o juiz fixou multa diária de R$ 1 mil. 

Também na terça (24), antes de obterem a liminar, os servidores públicos federais foram recebidos pelo ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho. O ministro, entretanto, condicionou a suspensão do corte nos salários à suspensão da greve pelo prazo de 15 dias, período em que, segundo ele, o Ministério do Planejamento levaria para apresentar uma contraproposta aos servidores. “Nós não aceitamos a trégua justamente pela falta de garantias de que o governo nos apresentaria uma proposta. Já estamos em greve há mais de um mês sem negociação efetiva”, justificou o diretor do Sindsep-DF.



Fonte: Agência Carta Maior

quarta-feira, 25 de julho de 2012

PREFEITURA DE SÃO PAULO ABRE CONCURSO DE CONTRATAÇÃO DE PROFESSORES PARA REDE MUNICIPAL D E EDUCAÇÃO DA CIDADE


PREFEITURA DE SÃO PAULO ABRE CONCURSO DE CONTRATAÇÃO DE   PROFESSORES  PARA REDE MUNICIPAL D E EDUCAÇÃO DA CIDADE DE SÃO PAULO


CONCURSO PÚBLICO DE INGRESSO PARA PROVIMENTO DE CARGOS VAGOS DE PROFESSOR DE ENSINO FUNDAMENTAL II E MÉDIO – CLASSE DOS
DOCENTES DA CARREIRA DO MAGISTÉRIO E DE ESPECIALISTA EM DESENVOLVIMENTO URBANO I – ENGENHARIA AGRONÔMICA DA PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO PAULO


SEGUE LINK ABAIXO PARA  O EDITAL, INSCRIÇÕES E DATA DA PROVA:

http://www.concursosfcc.com.br/concursos/pmspp112/boletim_abertura_pmspp112_24_07_2012.pdf




quinta-feira, 12 de julho de 2012

Parceria de USP e Instituto Paulo Freire coloca obra do educador na internet!


Parceria de USP e Instituto Paulo Freire coloca obra do educador na internet


Thiago Minami, especial para o USP Online
"Encontro de dois nordestinos" | Foto: Arquivo IPF



Um dos sonhos de Paulo Freire era ver seu acervo pessoal acessível à população sem custos. Agora, com uma parceria firmada entre a Brasiliana USP e o Instituto Paulo Freire (IPF), o desejo do mais famoso educador brasileiro está mais próximo da realidade. Basta ter acesso à internet para ler online gratuitamente a vários trabalhos do pensador.

A iniciativa, que começou em 2011, faz parte do projeto “Paulo Freire Memória e Presença: preservação e democratização do acesso ao patrimônio cultural brasileiro”, desenvolvido pelo IPF. A Plataforma Corisco, desenvolvida pela USP, é o sistema que possibilita a disponibilização do acervo na rede. Ela já é utilizada pela Brasiliana USP, que está levando à internet os volumes doados pelo bibliográfo José Mindlin à Universidade – no total, são 40 mil.

A implantação foi feita em conjunto entre as equipes das duas instituições, com contribuições do IPF para o projeto desenvolvido pela USP. A Corisco, por sua vez, usa como base o sistema Dspace, criado pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT), dos Estados Unidos, e que é aplicado no mundo todo por centenas de instituições. “O que nós fizemos foi adaptar o Dspace para as nossas necessidades. Acrescentamos, por exemplo, um dispositivo para visualizar os livros completos na rede”, explica o professor Edson Gomi, da Escola Politécnica (Poli) da USP, responsável pela plataforma.

Na versão original, os livros precisavam ser baixados e lidos no formato PDF. “O problema é que isso requeria o uso de programas específicos, de empresas privadas. Na Corisco, é necessário apenas o navegador”, explica Gomi. Agora o IPF trabalha na ampliação dessa funcionalidade para o acesso ao acervo audiovisual de Paulo Freire, com ferramentas para assistir a vídeos e ouvir arquivos sonoros – tudo online e sem custos para o usuário.

Software livre

O uso livre do Dspace e da Corisco é possível porque ambos se tratam de programas “open-source”, ou seja, eles podem ser usados, adaptados e modificados livremente. O código do qual são constituídos está aberto para qualquer um. O exemplo mais famoso desse tipo de software é o Linux, um sistema operacional gratuito que faz frente ao Windows, propriedade da americana Microsoft.

Por ser de uso livre, a Plataforma Corisco já está sendo implantada no acervo digital de instituições como a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o Senado Federal, a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e o Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES). E também para o Instituto Hercules Florence, a biblioteca Mario de Andrade, em São Paulo, e a biblioteca de obras raras da USP. Muitos deles contam com consultoria da equipe da USP.
“É um jeito de testar o sistema para encontrar falhas e aprimorá-lo”, diz Gomi. Até agora, a Brasiliana USP digitalizou 3 mil livros ao longo de três anos. O professor espera que o processo se acelere após a conclusão do prédio que sediará a biblioteca com o acervo de Mindlin. “Teremos um espaço próprio lá, mais equipamentos e equipe para dar conta de todas as obras”, completa. Também será preciso verificar os direitos autorais vigentes para cada título – só poderão ser disponibilizados na íntegra aquelas que já forem de domínio público.
Um dos desafios de se lidar com softwares open-source é que o aprimoramento depende apenas dos usuários, que o fazem de modo colaborativo e sem fins lucrativos. Não há uma empresa privada por trás para buscar novas soluções. Desse modo, é preciso escolher um sistema que possui número grande de usuários, para evitar que ele morra precocemente.

Acervo Paulo Freire

Por questões de direitos autorais, o IPF não pode digitalizar livros escritos por Paulo Freire. Tem direito, contudo, a colocar no ar artigos, manuscritos raros, itens não publicados, cartas e anotações dele. Também estarão disponíveis as publicações do instituto e textos de outros autores sobre o educador.
Foto: IPF
No total, serão 50 mil páginas de texto, mais de 3 mil fotos, 200 videos e cerca de duas mil páginas de obras em áudio, incluindo obras famosas do autor como Pedagogia do Oprimido e Aprendendo com a Própria História – disponíveis apenas na versão para ouvir. “Nada desse acervo pode ser utilizado para uso comercial ou obras derivadas”, explica Anderson Fernandes de Alencar, coordenador do projeto.
Até o final deste mês, todas as páginas devem entrar no ar. Os vídeos já foram digitalizados e agora estão na fase final de conversão para a web. Estão sendo utilizadas extensões livres, que não requerem programas pagos para rodar. A única exceção são os arquivos para celular no formato mp4. “O objetivo é eliminar ao máximo as restrições de acesso à obra”, diz Alencar.

Mais informações

Acervo da Brasiliana USP: www.brasiliana.usp.br