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domingo, 29 de abril de 2012

Metade dos brasileiros não estudou ou concluiu fundamental


Metade dos brasileiros não estudou ou não concluiu fundamental

Dados do Censo de 2010 divulgados nesta sexta-feira mostram ainda que só 8,3% concluíram o ensino superior

iG São Paulo 
Os resultados do Censo Demográfico de 2010 divulgados nesta sexta-feira mostram que 50,2% da população brasileira não estudou ou não concluiu o ensino fundamental. Enquanto isso, os que têm ensino superior completo ou mais chegam a 8,3%.
O recorte do IBGE foi feito com as pessoas com 10 anos ou mais e, portanto, desconsidera crianças até a idade em que deveriam estar alfabetizadas e pode considerar outras com os estudos em curso. Em outra apresentação de dados, o total de analfabetos já havia sido divulgado em 9,6% da população ou 13,9 milhões de pessoas.
A Região Sudeste foi a que apresentou o nível de instrução mais elevado. Na população de 10 anos ou mais de idade desta região, encontrou-se o menor percentual de pessoas sem instrução ou com o fundamental incompleto (44,8%) e o maior de pessoas com o superior completo (10,5%). Os níveis de instrução das Regiões Norte e Nordeste situaram-se em patamar inferior aos das demais, sendo que o percentual de pessoas sem instrução ou com fundamental incompleto foi 56,5%, na Região Norte, e 59,1%, na Região Nordeste, e o de pessoas com pelo menos o curso superior concluído, de 5,0%, na Região Norte, e 4,9%, na Região Nordeste.
35,8% concluíram o ensino médio 
Para medir quantos completaram o ensino médio foi analisada apenas a população com 25 anos ou mais de idade . Entre estas, 35,8% tinham completado a etapa de ensino que deveria ser concluída por volta dos 18 anos. Houve evolução considerável desde 2000, quando 23,1% da população acima de 25 anos estavam neste patamar. Veja abaixo a evolução em 10 anos por Estado.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Ação Educativa conquista liminar contra cobrança de taxas nas escolas públicas de SP

Ação Educativa conquista liminar contra cobrança de taxas nas escolas públicas de SP

AÇÃO EDUCATIVA 23.04.12
A juíza Dora Aparecida Martins de Moraes, da Vara da Infância e da Juventude, concedeu liminar que protege todos os estudantes das escolas públicas do Estado de São Paulo da cobrança de qualquer taxa escolar nas unidades de ensino. A decisão determina que o poder público “iniba a criação ou cobrança de qualquer taxa escolar, nas unidades elencadas na [ação] inicial ou qualquer outra do Estado, de modo a garantir o livre acesso ao ensino público gratuito em todas as suas unidades escolares, sob pena de multa de R$ 10 mil, em caso de descumprimento”. A decisão liminar é resultado de uma Ação Civil Pública proposta pela Ação Educativa em 2011.
 
Desde 2009, por meio do Programa Ação na Justiça, a entidade acompanha inúmeros casos relacionados à chamada “cultura da taxa” na rede pública de ensino. Prática que consiste no repasse aos estudantes das despesas cotidianas das escolas, como cobranças para realização de provas, para a emissão de identidades estudantis (carteirinhas) vinculadas ao acesso às dependências escolares e exigência de compra e uso de uniformes.
 
Tais práticas violam os princípios constitucionais da gratuidade do ensino e da igualdade de condições para o acesso e permanência na escola. Um dos exemplos de violação citados na ação ocorreu na Escola Estadual Reverendo Irineu Monteiro de Pinho, em 2011, na qual os alunos foram obrigados a comprar uma carteirinha de identificação, sem a qual não poderiam entrar para assistir às aulas.
 
Segundo relatos dos estudantes, os alunos que não pagaram pelas carteirinhas tiveram que acessar as dependências do colégio pelo portão dos fundos, após a identificação feita pelos funcionários. Muitos perderam parte de suas aulas por conta deste procedimento. A ação judicial pede ainda que sejam ressarcidos todos os valores pagos indevidamente pelos estudantes.
 
Ester Rizzi, advogada da Ação Educativa, ressalta que, pela recorrência dos casos, essa situação não é isolada. “É muito importante identificarmos a origem deste problema, que é o baixo financiamento das escolas, somado à omissão do Estado em prevenir tais cobranças. O direito à educação básica não está sujeito a qualquer condicionante e deve ser garantindo pelo Estado de forma gratuita, em todos os sentidos”, conclui.
 
Entenda o princípio da Gratuidade
O princípio da gratuidade evita qualquer discriminação por razões socioeconômicas e favorece o acesso universal às unidades públicas de ensino.
Afinal, se o Estado brasileiro atua no sentido de reduzir as diferenças sociais, os administradores públicos não podem adotar práticas que reforcem essas desigualdades. A situação se agrava quando o cenário é o ensino público, cujos princípios da igualdade de oportunidades, gratuidade e qualidade vêm expressos na Constituição (Artigo 206, incisos I, IV e VII), na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Artigo 3º, incisos I, VI e IX da Lei Federal nº 9.394/1996), no Estatuto da Criança e do Adolescente e em inúmeras normas internacionais.
 
Conheça outros casos de violação
Você sabia que pelo menos 12 casos de cobrança irregular de taxas na rede estadual de ensino foram noticiados pela imprensa nos últimos quatro anos?
Além do caso já citado da Escola Estadual Reverendo Irineu Monteiro de Pinho, outra situação que ganhou destaque foi o da Escola Estadual São Paulo, em 2009. Dessa vez, as denúncias revelavam que ao invés do porte da carteirinha, era obrigatório o uso de uniformes para a permanência nas dependências educacionais. A calça do uniforme, por sua vez, custaria por volta de R$50,00 (cinquenta reais) e a camiseta R$20,00 (vinte reais). Esta situação levou a que fossem pedidas informações junto à Secretaria.
Recentemente, a unidade escolar voltou às manchetes por instituir uma taxa de R$ 2 (dois reais) para realização das provas bimestrais. A justificativa era que o dinheiro seria usado para impressão das avaliações. O pagamento era facultativo, mas quem não desembolsava a quantia era obrigado a copiar as questões das provas à mão. Também foi informada a cobrança de taxa de matrícula na escola.
 
Em 2010, novas notícias – em quatro diferentes escolas: EE Stefan Zweig; EE Leopoldo Santana; EE Prof. João Silva; EE Profa. Maud Sá de Miranda Monteiro – motivaram uma segunda petição administrativa encaminhada pela Ação Educativa.
De acordo com as informações levantadas, os alunos que não tinham uniforme – vendido pelo valor de R$ 75,00 – chegavam a ser impedidos de entrar nas escolas e sofriam graves constrangimentos. Todas as irregularidades foram atestadas pela Secretaria Estadual de Educação.
“A cultura da taxa viola do direito à educação, porque dificulta o acesso dos estudantes. Também viola os direitos humanos na educação, porque impõe desigualdades e discriminações proibidas na Constituição e nos Tratados Internacionais”, afirma Ester Rizzi. Com a decisão, a Ação Educativa espera que tais práticas sejam coibidas e que se corrijam as distorções no financiamento das escolas.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Encontro de Lutadores reúne mais de 500 militantes no RJ





Mais de 500 militantes de movimentos sindicais, sociais e políticos participaram, nos dias 20, 21 e 22 de Abril, do Encontro Nacional de Lutadores contra as repressões do Estado no Rio de Janeiro, organizado pela INTERSINDICAL, MAS,TLS,MTL,MES,UNIDOS PRA LUTAR,. Muitos militantes do Partido Socialismo e Liberdade também estiveram presentes nessa atividade.


O coletivo Apeoesp Na escola ena luta junto esteve presente com quase 50 professores militantes da capital e várias regiões do estado de SP.


Foram três dias com palestras e debates que tiveram início com o deputado estadual do Rio de Janeiro, Marcelo Freixo (PSOL) no tema “Grandes obras e criminalização da pobreza” e continuaram com “Não à criminalização. Pelo direito de organização dos trabalhadores da Segurança pública”, que foram debatidos com policiais do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e com o cabo dos bombeiros do RJ, Benevenuto Daciolo, que liderou a greve em janeiro deste ano, onde o governador Sérgio Cabral mandou prender e expulsou alguns dos bombeiros em greve por melhores salários e condições de trabalho. 



Bombeiro: Benevenuto Daciolo

Os policiais também ressaltaram que falta humanização no sistema de segurança pública aplicado no Brasil. Para completar foram debatidos a “Criminalização das lutas, resistência social e a estrutura sindical brasileira” e no último dia (22) “A Cúpula dos Povos e a destruição ambiental”.

Lutar é um direito!

Estão em curso inúmeros processos para impedir os trabalhadores, a juventude e os povos de lutarem por seus direitos. Na Europa, África, Estados Unidos ou Oriente Médio, o capital e seus governos intensificam a repressão aos que lutam por direitos sociais, emprego, educação, igualdade e liberdade.

No Brasil, a população que vive nas periferias e favelas sofre a repressão violenta e cotidiana de um Estado que criminaliza e assassina principalmente a juventude negra e pobre. Com as grandes obras do PAC e da copa do mundo, a remoção de populações em diversas cidades já tem se dado com brutal repressão.

Assassinatos de trabalhadores sem terra, extermínio de lideranças ambientalistas, repressão aos que lutam por moradia, como aconteceu no Pinheirinho e outras ocupações, buscam impedir a luta pela garantia dos direitos sociais básicos já conquistados.

Demissão de trabalhadores durante a greve na prefeitura de Fortaleza: demissão de dirigentes sindicais do Químicos de SJC, como perseguição aos metroviários do Distrito Federal; demissão de Joaquim da AmBev; julgamentos de ilegalidade de greves; processo contra Aldo Santos de São Bernardo; expulsão dos bombeiros e PMs do Rio de Janeiro e de outras cidades; tentativa de intimidação ao mandato da deputada estadual do RJ, Janira Rocha (PSOL).

O direito de greve é atacado nas diversas categorias, do setor público e privado. E se dá de várias formas.Seja no congresso nacional ou com demissões, interditos proibitórios e imposição de pesadas multas aos sindicatos, demonstrando uma escalada da criminalização neste período, mas sabemos que ela é parte da formação social brasileira.

Desde janeiro de 2012, por qualquer manifestação frente às agências do banco Itaú na Baixada Santista, o sindicato dos Bancários tem de pagar R$ 100 mil por dia e por agência.

Enquanto isso, o governo usa o dinheiro público para pagar bilhões aos bancos, grandes beneficiados pela política econômica.

Apesar da criminalização, os trabalhadores estão lutando. Diversas categorias foram à greve por suas reivindicações, indicando que não aceitam pagar a conta da crise.



segunda-feira, 9 de abril de 2012

Ditadura iniciou devastação física e pedagógica da escola


Para Chauí, ditadura iniciou devastação física e pedagógica da escola pública

Chauí, que “fechou as portas para a mídia” e diz não conceder entrevistas desde 2003, falou com o editor da Revista do Brasil, Paulo Donizetti de Souza, após palestra feita no lançamento da escola 28 de de Agosto, iniciativa do Sindicato dos Bancários de São Paulo que elogiou por projetar cursos de administração que resgatem conteúdos críticos e humanistas dos quais o meio universitário contemporâneo hoje se ressente.
Quais foram os efeitos do regime autoritário e seus interesses ideológicos e econômicos sobre o processo educacional do Brasil?
Vou dividir minha resposta sobre o peso da ditadura na educação em três aspectos. Primeiro: a violência repressiva que se abateu sobre os educadores nos três níveis, fundamental, médio e superior. As perseguições, cassações, as expulsões, as prisões, as torturas, mortes, desaparecimentos e exílios. Enfim, a devastação feita no campo dos educadores. Todos os que tinham ideias de esquerda ou progressistas foram sacrificados de uma maneira extremamente violenta.
Em segundo lugar, a privatização do ensino, que culmina agora no ensino superior, começou no ensino fundamental e médio. As verbas não vinham mais para a escola pública, ela foi definhando e no seu lugar surgiram ou se desenvolveram as escolas privadas. Eu pertenço a uma geração que olhava com superioridade e desprezo para a escola particular, porque ela era para quem ia pagar e não aguentava o tranco da verdadeira escola. Durante a ditadura, houve um processo de privatização, que inverte isso e faz com que se considere que a escola particular é que tem um ensino melhor. A escola pública foi devastada, física e pedagogicamente, desconsiderada e desvalorizada.
E o terceiro aspecto?
A reforma universitária. A ditadura introduziu um programa conhecido como MEC-Usaid, pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos, para a América Latina toda. Ele foi bloqueado durante o início dos anos 1960 por todos os movimentos de esquerda no continente, e depois a ditadura o implantou. Essa implantação consistiu em destruir a figura do curso com multiplicidade de disciplinas, que o estudante decidia fazer no ritmo dele, do modo que ele pudesse, segundo o critério estabelecido pela sua faculdade. Os cursos se tornaram sequenciais. Foi estabelecido o prazo mínimo para completar o curso. Houve a departamentalização, mas com a criação da figura do conselho de departamento, o que significava que um pequeno grupo de professores tinha o controle sobre a totalidade do departamento e sobre as decisões. Então você tem centralização. Foi dado ao curso superior uma característica de curso secundário, que hoje chamamos de ensino médio, que é a sequência das disciplinas e essa ideia violenta dos créditos. Além disso, eles inventaram a divisão entre matérias obrigatórias e matérias optativas. E, como não havia verba para contratação de novos professores, os professores tiveram de se multiplicar e dar vários cursos.
“Fazer uma universidade comprometida com o que se passa na realidade social e política se tornou uma tarefa muito árdua e difícil”
Houve um comprometimento da inteligência?
Exatamente. E os professores, como eram forçados a dar essas disciplinas, e os alunos, a cursá-las, para terem o número de créditos, elas eram chamadas de “optatórias e obrigativas”, porque não havia diferença entre elas. Depois houve a falta de verbas para laboratórios e bibliotecas, a devastação do patrimônio público, por uma política que visava exclusivamente a formação rápida de mão de obra dócil para o mercado. Aí, criaram a chamada licenciatura curta, ou seja, você fazia um curso de graduação de dois anos e meio e tinha uma licenciatura para lecionar. Além disso, criaram a disciplina de educação moral e cívica, para todos os graus do ensino. Na universidade, havia professores que eram escalados para dar essa matéria, em todos os cursos, nas ciências duras, biológicas e humanas. A universidade que nós conhecemos hoje ainda é a universidade que a ditadura produziu.
Essa transformação conceitual e curricular das universidade acabou sendo, nos anos 1960, em vários países, um dos combustíveis dos acontecimentos de 1968 em todo mundo.
Foi, no mundo inteiro. Esse é o momento também em que há uma ampliação muito grande da rede privada de universidades, porque o apoio ideológico para a ditadura era dado pela classe média. Ela, do ponto de vista econômico, não produz capital, e do ponto de vista política, não tem poder. Seu poder é ideológico. Então, a sustentação que ela deu fez com que o governo considerasse que precisava recompensá-la e mantê-la como apoiadora, e a recompensa foi garantir o diploma universitário para a classe média. Há esse barateamento do curso superior, para garantir o aumento do número de alunos da classe média para a obtenção do diploma. É a hora em que são introduzidas as empresas do vestibular, o vestibular unificado, que é um escândalo, e no qual surge a diferenciação entre a licenciatura e o bacharelato.
Foi uma coisa dramática, lutamos o que pudemos, fizemos a resistência máxima que era possível fazer, sob a censura e sob o terror do Estado, com o risco que se corria, porque nós éramos vigiados o tempo inteiro. Os jovens hoje não têm ideia do que era o terror que se abatia sobre nós. Você saía de casa para dar aula e não sabia se ia voltar, não sabia se ia ser preso, se ia ser morto, não sabia o que ia acontecer, nem você, nem os alunos, nem os outros colegas. Havia policiais dentro das salas de aula.
Houve uma corrente muito forte na década de 60, composta por professores como Aziz Ab’Saber,  Florestan Fernandes, Antonio Candido, Maria Vitória Benevides, a senhora, entre outros, que queria uma universidade mais integrada às demandas da comunidade. A senhor tem esperança de que isso volte a acontecer um dia?
Foi simbólica a mudança da faculdade para o “pastus”, não é campus universitário, porque, naquela época, era longe de tudo: você ficava em um isolamento completo. A ideia era colocar a universidade fora da cidade e sem contato com ela. Fizeram isso em muitos lugares. Mas essa sua pergunta é muito complicada, porque tem de levar em consideração o que o neoliberalismo fez: a ideia de que a escola é uma formação rápida para a competição no mercado de trabalho. Então fazer uma universidade comprometida com o que se passa na realidade social e política se tornou uma tarefa muito árdua e difícil.
“Esse é o momento também em que há uma ampliação muito grande da rede privada de universidades, porque o apoio ideológico para a ditadura era dado pela classe média”
Não há tempo para um conceito humanista de formação?
É uma luta isolada de alguns, de estudantes e  professores, mas não a tendência da universidade.
Hoje, a esperança da formação do cidadão crítico está mais para as possibilidades de ajustes curriculares no ensino fundamental e médio? Ou até nesses níveis a educação forma estará comprometida com a produção de cabeças e mãos para o mercado?
Na escola, isso, a formação do cidadão crítico, não vai acontecer. Você pode ter essa expectativa em outras formas de agrupamento, nos movimentos sociais, nos movimentos populares, nas ONGs, nos grupos que se formam com a rede de internet e nos partidos políticos. Na escola, em cima e em baixo, não. Você tem bolsões, mas não como uma tendência da escola.
(Da Rede Brasil Atual)

NOTA DA INTERSINDICAL, MES E CANDIDATOS OPOSIÇÃO METALÚRGICA

NOTA DA INTERSINDICAL, MES E CANDIDATOS DA CHAPA 3-OPOSIÇÃO METALÚRGICA

9 de abril de 2012
INTERSINDICAL

Resposta ao PSTU Niterói
NOTA DA INTERSINDICAL, MES E CANDIDATOS DA CHAPA 3-OPOSIÇÃO METALÚRGICA
Estarrecedora a nota publicada no site do PSTU sobre os acontecimentos envolvendo o processo eleitoral do Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói. Como disse um companheiro numa outra situação envolvendo notas deste partido, pareceu-nos, a princípio, obra de algum hacker contratado pela chapa da CUT, que entrou no site do PSTU e colocou uma série mentiras a fim de destruir a chapa de oposição.
Infelizmente, mais uma vez não foi obra de um hacker, e sim manobras de alguns dirigentes do PSTU. E isso configura um fato muito grave para a esquerda brasileira, pois demonstra até que ponto a degeneração stalinista de mentir, caluniar e distorcer fatos corrompeu os métodos dos irresponsáveis que escreveram a referida nota.
Vários de nós tiveram dúvidas se deveríamos responder agora essa nota irresponsável, pois, ao contrário do PSTU, não queremos produzir armas e munição para a CUT atacar nossa chapa, que é composta por vários companheiros de luta, comprometidos única e exclusivamente com os interesses da categoria e com o projeto de transformação do Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói em uma entidade de luta, combativa, autônoma e independente dos patrões, dos governos e dos partidos. Mas diante da caluniosa campanha contra os dirigentes das nossas organizações não tivemos como adiar essa resposta.
Aos fatos.
No dia 28/03, a comissão eleitoral dirigida pela CUT impugnou sete candidatos da nossa chapa, tentando nos tirar de uma eleição que no voto venceremos, se a eleição não enveredar para a fraude completa, e se a Conlutas parar de criar problemas para a chapa da oposição.
Naquela mesma noite (dia 28/03) fizemos uma reunião com o dirigente do PSTU Miguel Malheiros, “responsável” pelo setor deles na chapa de oposição. Saímos da reunião com um acordo de que o advogado indicado por eles entraria no outro dia na justiça para garantir a candidatura dos “impugnados” e, se até o prazo estabelecido pelo edital que convocou a eleição, não tivéssemos sucesso na medida judicial, a chapa iria substituir os candidatos impugnados. Restou acertado, também, que os dois campos da chapa deveriam providenciar candidatos suficientes para garantir a substituição.
Dos sete impugnados, seis foram indicados pelo campo da Conlutas e um do nosso campo. Cabe lembrar, também, que dos sete impugnados, cinco são aposentados.
O advogado indicado pela Conlutas só ingressou com a medida cautelar dois dias depois, na sexta-feira. O prazo para eventuais regularizações estabelecido pelo edital que convocou a eleição terminava na segunda-feira, dia 02/04. 
As 11h da manhã da segunda-feira, dia 02/03, prazo final de regularização, três advogados e dirigentes da Intersindical, MES e Unidos pra Lutar, fomos para o TRT da cidade acompanhar o andamento do processo. Lá encontramos o advogado indicado pela Conlutas que ingressara com o pedido de medida cautelar. Este advogado, na presença de outra advogada militante do PSTU, nos afirmou que a decisão judicial poderia ser qualquer coisa, principalmente porque o juiz que até então acompanhava o processo se declarou incompetente e determinou a redistribuição do processo.
O advogado indicado pela Conlutas afirmou, ainda, que diante daquela situação, o correto seria substituir os candidatos impugnados, fazendo uma ressalva na ata de substituição garantindo que, caso a justiça concedesse o registro aos impugnados, a substituição seria anulada.
Esse procedimento, aliás, é muito comum em situações como esta.
Qual não foi nossa surpresa ao saber que mesmo assim o PSTU não aceitava cumprir o acordo de fazer a substituição, colocando em risco a possibilidade de a chapa concorrer e, muito mais grave, colocando em risco de demissão os candidatos que estão na ativa (20 companheiros) sem estes sequer terem o direito de disputar o pleito.
Nosso setor preparou um documento com a assinatura da maioria da chapa exigindo a substituição dos impugnados.
Faltando cerca de uma hora para terminar o prazo estabelecido pelo edital que convocou a eleição, fomos à sede do PSTU Niterói para conversar com o candidato a presidente da chapa (ligado à Conlutas) e chamá-lo à responsabilidade. Fomos acompanhados dos quatro candidatos que assinam essa nota, de três advogados e dos dirigentes da Intersindical e Unidos (os companheiros do MES ficaram preparando os últimos documentos necessários para a substituição).
Naquele momento, o encabeçador da chapa, ligado à Conlutas, precisava ir ao sindicato levar os documentos dos sete substitutos e ele mesmo faria a ressalva na ata, garantindo que caso a justiça garantisse a candidatura dos até então impugnados, a substituição também seria automaticamente anulada, como orientara o advogado da Conlutas (e também os nossos advogados).
Na sede do PSTU, conversamos tranquilamente por alguns minutos com o encabeçador da chapa que pediu para ligar para o advogado dele. Durante essa ligação, e temendo que o companheiro cedesse ao bom senso, os dirigentes do PSTU - Satanás e Tavares - com muita truculência, chegaram para nos expulsar de sua sede. Fomos expulsos e saímos.
Nossos advogados permaneceram e reuniram-se, por mais de uma hora na sede deles, com os dirigentes do PSTU, com dois candidatos da Conlutas presentes e o advogado deles, que chegara junto com Satanás e Tavares.
Essa foi, rigorosamente, a sucessão dos fatos que se deu com nossa ida à sede daquele partido. Não tínhamos e não temos nenhuma razão para, como eles mentirosamente disseram, “invadir” a sede deles. Fomos apenas tentar garantir o acordo que tínhamos feito com o PSTU, para que nossa chapa de oposição tivesse resguardado o seu direito de concorrer, em qualquer situação, com ou sem decisão judicial favorável.
A importância do Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói e Itaboraí
O Sindicato dos metalúrgicos com sede em Niterói representa os trabalhadores dos estaleiros da região, da indústria naval em pleno crescimento. O reaquecimento do setor levou a um expressivo aumento do número de trabalhadores, colocando-nos o desafio de reorganizar uma nova vanguarda de militantes, sem as frustrações do descenso dos anos 90.
Outro aspecto importante é que este sindicato irá representar os metalúrgicos de Itaboraí, onde fica localizado o COMPERJ, um imenso empreendimento que tem a perspectiva de gerar 300.000 empregos diretos e indiretos. Lembramos também que mesmo antes do seu funcionamento, o COMPERJ já tem sido palco de greves e de mobilização dos trabalhadores da construção civil. Sinal de que temos que estar preparados para as lutas de novo setor militante que está surgindo.
A vitória de uma chapa combativa para o Sindicato de Metalúrgicos de Niterói e Itaboraí é parte da construção de uma nova direção para o movimento dos trabalhadores no Brasil. Por isso, achamos fundamental a unidade daqueles que defendem um sindicalismo combativo e de luta. A unidade não pode ser usada apenas como retórica ou autoproclamação. A unidade tem que se dar no respeito ao peso real na categoria, respeitando os acordos políticos e a vontade da maioria da chapa e da categoria. Não se constrói a unidade com autoritarismo, nem tampouco com calúnias e difamações. A história já nos provou isso.
INTERSINDICAL
MES - Movimento de Esquerda Socialista
E os membros da chapa 3 que foram conosco à sede do PSTU
José Batista Jr – Secretário-Geral da Chapa 3.
Marcelo Oliveira – Secretário Finanças da Chapa 3.
Nélio Botelho – Secretário Política sindical da Chapa 3.
Paulo Teixeira – candidato a diretor da chapa 3 (indicado para a chapa pela Conlutas).