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quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Professores precisam é de concurso público

- Hamilton Pereira.

A recente polêmica envolvendo a "provinha" que a Secretaria Estadual de Educação promoveu para selecionar professores "temporários" – muitos na rede há mais de 20 anos – e que, por ação da Apeoesp, não valeu para a atribuição de aulas deste início de ano, está encobrindo um problema muito mais grave: a urgente necessidade de realização de concurso público para prover a rede de professores efetivos.

Para se ter uma ideia: em outubro de 2008, havia 242.871 professores empregados na rede estadual. Destes, 111.164 (45,8% do total) eram os OFAs (temporários) . Efetivos, ou seja, aqueles que entraram no serviço público pela porta da frente, via concurso, eram 131.707 professores (54,2%).

É um completo absurdo quase metade da rede ser composta por professores sem concurso, que a cada final de ano são dispensados, passam as festas em total insegurança e no início do ano letivo não sabem se terão aulas e onde poderão exercer seu ofício. Além da questão pessoal e trabalhista, isso desorganiza o planejamento das escolas. Os diretores não sabem se irão contar com a mesma equipe e os projetos, invariavelmente, têm de recomeçar do zero.

Os 16 anos de sucessivos governos tucanos no Estado têm sido pródigos em desorganizar e desqualificar a educação paulista. Diferentes secretários se sucederam, impuseram autoritariamente 'experiências' à rede pública e o resultado foi a queda da colocação de São Paulo no ranking educacional do país. E, sucessivamente – para encobrir sua própria irresponsabilidade -- acusam aos professores e ao seu sindicato pelos péssimos resultados obtidos, como se coubesse a eles a gestão do sistema.

A melhor “prova” para escolher um servidor – em qualquer área – é o concurso público, amplamente divulgado e realizado com toda a transparência. A educação em São Paulo não pode continuar sendo tratada como um laboratório, onde, a cada um ou dois anos, projetos milagrosos são impostos autoritariamente e as regras mudam a gosto do governante de plantão. Nossas crianças e jovens precisam de qualidade e respeito. Precisamos, sim, de educadores qualificados e competentes. Por isso, concurso público para professores JÁ!

Há três caminhos para a infelicidade: não ensinar o que se sabe, não praticar o que se ensina e não perguntar o que

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