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segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

A “reforma” do ensino médio ou a retórica da inovação

Eduardo Garcia C. do Amaral
Professor efetivo de Filosofia na rede oficial de ensino, SP


Contam-nos as estatísticas que uma enormidade de jovens mal chega ao ensino médio e, entre eles, outra enormidade abandona a escola sem completar seus estudos. Além disso, a qualidade do ensino deixa a desejar, a considerar o desempenho dos alunos nas diversas avaliações a que são submetidos. Nada disso é novo.

O Ministério da Educação então anunciou uma mudança profunda na concepção curricular, a partir de um programa denominado “ensino médio inovador”. Não foi sem alarde que a imprensa divulgou as mudanças vindouras, anunciando-as como uma “reforma do ensino médio”.

Quando a sociedade percebe que a “educação vai mal e a escola pública, pior”, apresentar qualquer proposta a título de “inovação” é coisa que se faz de caso pensado: a ideia é sempre simpática, pois advoga o “novo”, e faz considerar qualquer oposição ou resistência como “velha”, “reacionária”, “atrasada”. Trata-se de um recurso retórico preciso e eficaz, apesar de amplamente repetido: nova república, nova escola, nova ordem mundial.

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O texto que aqui publicamos foi escrito para uma publicação do Mandato do Deputado Federal Ivan Valente (PSOL-SP), disponível para download aqui.

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